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Dia 0 "16Set10" PORTO - BRAGANÇA



***Depois de analisar os horários possíveis para sair do Porto, junto à Praça da Batalha, para Bragança, pela Rede Expresso, achamos melhor sair de manhã, no autocarro das 09H15 pois assim chegávamos à hora do almoço a Bragança (hora prevista 12H40), sem stress nenhum, tínhamos assim muito tempo para organizar lá as coisas e aproveitar para conhecer a Cidade, com o seu Castelo imponente.

***Já tínhamos comprado os respectivos bilhetes (12.50€ Preço Regular/ com o Desconto para Militares/F.Seg. deu 10.60€, uma viagem confortável diga-se) pelo que o ponto de encontro com o Pedro Trilhos e Pimenta Saca Saca foi no local de partida. Eu, a Sónia e o Sérgio encontrávamo-nos em Ermesinde. Aí começavam já as peripécias pois a Sónia tinha-se esquecido dos bilhetes em casa, dando conta a meio do caminho apeado para a Estação, toca a dar uma corrida matinal que também não faz nada mal à saúde

*** As Respectivas Burras e CRUCIFIXOS (Mochilas) ficaram na garagem do Fugas a aguardar o seu carregamento pelo Vítor e Manel, ao fim da tarde, com destino a Bragança.

*** Estava bom tempo, espírito de férias e a dar início à aventura, enfim a boa disposição reinava como não podia deixar de ser.

***O Grande Tema de Conversa durante a Viagem: a nova Suspensão Total do Pedro Trilhos, a SCOTT SPARK 20 modelo 2010. Só a tinha visto na noite anterior quando fui deixar a minha burra na garagem, o Fugas já sabia mas também não se descoseu, andava nos segredos dos deuses por parte do Trilhos, teve que nos aturar um pouco mais do que é habitual até Bragança com planificações futuras de ataques em descidas, saltos de precipícios, etc. …

***Chegada a Bragança pelas 13H00, almoço respectivo no Bragança Shopping primeiro (tudo aderiu ao prato de massa, porque será?), de seguida fomos em direcção ao edifício do Comando da PSP de Bragança, onde fomos recebidos pelos Colegas em geral e o Chefe Valter em particular, a pessoa responsável pela Logística, de forma espectacular e calorosa, e com um misto de “Bragança – Sagres em bicicleta Tá bem está!”, que nos encaminhou para as nossas respectivas suites já solicitadas formalmente por nós.

*** Seguiu-se uma visita longa e apeada pela cidade de Bragança, serviu de relaxamento para as pernas, com especial incidência pelo grandioso Castelo e dentro das suas muralhas o respectivo museu Ibérico da Máscara e do Traje, com um momento de recolha pessoal na Igreja. Uma visita também ao Mercado Municipal, para abastecer de bebidas e fruta para o dia seguinte, serviu também para sentir o pulso do Povo de Bragança.

***Recolhemos até ao Comando e aposentos, aguardando pela chegada da nossa maravilhosa Equipa da Logística ao início da noite, foi um filme dos diabos para arranjar frango no churrasco para todos mas lá conseguimos. Sem o esforço e altruísmo do Vítor e o Manel em nos transportarem as Bikes e Mochilas até Bragança (depois de um dia de trabalho e no dia seguinte eles teriam que se levantar cedo na mesma), teria sido bastante complicado, deixo publicamente a nossa respectiva Vénia e Admiração Amigos Também fizeram parte desta Travessia.

*** Despedidas feitas do pessoal depois do jantar, era tempo de recolha aos quartos para dar início ao descanso. Amanhã íamos começar a Nossa Travessia.

***Ao longo desta nossa Aventura, quase todos os dias aconteceram episódios caricatos, sempre algo que nos marcou pela diferença, pela negativa ou pelo lado cómico e que fomos tentando apontar no meu famigerado bloco de notas. E neste Dia O, não podia ser diferente. O Pimenta tinha-se esquecido de carregar a maior parte das suas baterias da máquina digital, telemóvel, etc… pelo que ficou como de plantão durante a noite aos carregadores, foi só rir. Devia andar a passar a ronda

*** Amigos amanhã é o Dia da 1ª Etapa, e que Surpresa de Etapa, isso garanto-vos!

Bem Hajam. Sousa “Trepador”

1º dia - Bragança - Sendim



INÍCIO TEMPESTUOSO - sexta, 17Set2010

Arranque para a Travessia de Portugal, sob uma chuvada torrencial.

1º dia da travessia com um acordar bastante apreensivo...
***Falei anteriormente em surpresas, imprevistos. Bem, aí estava a primeira e com a qual nenhum de nós contava mesmo. Pelas 07H00, ao levantar, espreitamos pela janela, era o Arranque para a Travessia de Portugal, sob uma chuvada torrencial, o dia lá fora estava francamente mau, uma tempestade diluviana. Incrível depois do dia solarento de ontem. Enfim, deu para testar as coberturas das mochilas do Trilhos, Trepador e Saca Saca e inventar umas à Macgyver para o Fugas e para a Sónia.
***Por esta altura toda a malta pensava:- ainda bem que o Trepador veio carregado com um litro de protector e com o carregador de telemóvel solar, pois podem vir a fazer falta (...)
***Mas, nada a fazer, tínhamos de ser duros, tiramos a foto da praxe frente ao Comando para dar início à nossa viagem.
*** Tomamos antes um bom pequeno-almoço no Pão quente em Bragança, no centro da Cidade.
*** O Pedro Trilhos, exímio navegador do Bike17Eco, carregou o track da 1ª etapa no nosso GPS, um Garmin Etrex Legend HCX, e aí, logo a segunda surpresa do dia: na preparação prévia, ele tinha sacado 2 track´s, o da Travessia em Lazer, que inicia logo em Bragança, um trajecto mais curto e mais directo ( mais para a frente verificamos esta situação com a chegada do Pedro Cintra) e o da Transportugal, que inicia em Rio de Onor, percursos que não são bem iguais, imaginem vocês qual dos dois ele tinha carregado no GPS? Pois é, o 2º, pelo que toca a calibrar o GPS para nos dar o caminho mais curto por estrada até Quintanilha, o que dava cerca de 25 kms pela estrada, debaixo de chuva, não se tirava partido das paisagens pois o tempo estava completamente encoberto, o frio não nos dava descanso, pessoalmente, não me estava a dar muito bem com esta situação pois estava a acusar o desaste, foi uma manhã bastante difícil digo-vos, safou-me o ânimo dos meus companheiros! Quase só parou de chover quando chegamos ao Vimioso vejam bem.
*** Entrámos enfim no trilho certo junto à Capela da Nossa Senhora da Ribeira, levando logo com uma subida para aquecer, menos mau, ao menos já desfrutávamos dos trilhos e respectivos quadros, seguindo-se passagem por Paradinha Velha, até à Ponte sobre o Rio Maçãs, Pinelo, com chegada ao Vimioso, onde a chuva nos deu deu enfim tréguas até ao final da Etapa. O respectivo Almoço, no restaurante Amazónia, Frango assado com vinho maduro tinto (35,50€ / 5 pessoas), nem vos conto o bem que nos fez esta paragem, até deu para secar a roupa.
*** Almas reforçadas, corações cheios, taxa de alcoolemia assim assim… direcção Sendim, com passagem pela Duas Igrejas, aldeia de Caçarelhos, numa mistura de estrada e trilhos. ***Finalmente em Sendim, perguntou-se pela Residencial A Gabriela, sobejamente conhecida pela extrema simpatia das suas proprietárias bem como pela famigerada Posta à Mirandesa, onde tínhamos feito uma reserva antecipada e que se vai revelar crucial para umas Estórias mais para a frente. Já nos esperava a Dona Lurdes, habituada a estas andanças visto a sua pensão fazer parte da logística da Prova Oficial Da Travessia, que prontamente e simpaticamente nos acomodou e mostrou os nossos aposentos, lavando-nos e secando-nos a roupa. Meu Povo Lusitano ao seu mais alto nível. (Os Preços : o Jantar na pensão Gabriela em Sendim foi Posta á Mirandesa c/ sobremesa (98€ / 5 pessoas) e que Posta meus amigos, dormida e banhos: quarto duplo c/pequeno-almoço, 39,60€ / 5 pessoas. Tem um Local próprio e vedado para guardar as bikes e sítio para as lavar).
***A condição física? Toda a gente se queixava um pouco dos ombros e do pescoço, o peso das mochilas fazia-se reflectir mais nesta zona por enquanto, a Sónia, que tinha tido um problema recente no joelho, não tinha acusado muito o desgaste, estava ao seu melhor nível, depois da sua estreia em monte e numa etapa com estes dados: O Pimenta, possuidor de uma Hérnia do mais alto calibre na cervical, também não se acusava, nada que uma massagem com a Pomada Musclor, que o Fugas desencantou, não resolvesse e resolveu, a todos! Ah, é verdade, também tínhamos levado FAST RECOVERY para o fim das etapas mais longas, o que nos ajudou na recuperação.
*** A parte mental? Depois de um início tempestuoso, a coisa foi-se bem compondo ao longo do dia, com o aparecimento tímido do sol e paisagens de cortar a respiração. A chegada a Sendim foi uma sensação de dever cumprido e êxito alcançado, sem que houvesse qualquer avaria ou queda.
***Terminou-se o dia com um passeio pela Vila, recolhendo ao quentinho depois, amanhã era outro dia que se adivinhava bem durinho, hoje, ninguém vai sofrer de insónias, aposto...

Bem Hajam. Sousa “Trepador

2º dia - Sendim - Freixo de Espada à Cinta



sábado, 18Set2010


Dia de Sol para secar o espírito que já estava a ganhar mofo com a chuva toda do dia anterior.
E nada melhor para começar do que um pequeno desvio, para nos obrigar a fazer puro btt e andar a cortar caminho pelo meio do mato (o costume…).
Chegada a hora da comidinha é que nem vê-la, restaurantes cafés ou coisa parecida é coisa que não há para estes lados.
Paramos em Ventozelo no café Santa Cruz, onde não havia nada para comer a não ser umas batatas fritas em pacote, bebemos umas frescas e conversamos com os habitantes, um deles estava “como o aço” e levou a mal o facto do responsável do café ter perguntado donde nós éramos, Hás-de ter muito a ver muito com isso!!!!
Acabamos por almoçar no meio de uma rotunda lá para os lados do fim-do-mundo a comer o que traziamos.
A partir daqui, era procurar o ponto alto do dia o Miradouro do Carrascalinho, perto de Lagoaça, só que mirouro nem vê-lo.
Só a chegar a Mazouco ( terra do Rebanda, a quem ainda ligamos a ver se o enganavamos com o lanche), pudemos apreciar a vista sobre o Rio Douro e aproveitar para reparar o segundo furo do dia, na Scott da Sónia, (Eu também já tinha furado, parece que só as Scotts furaram), para depois fazer a descida vertiginosa até Mazouco, depois até Freixo foi um tirinho.
Ficamos na Pensão Fatibel, onde tivemos que deixar cerca de 13 mil euros em bicicletas dentro de uma carrinha, pois não havia outro sitio na pensão para as guardar
Ao jantar a fome era tanta que até deu a breca no dedo polegar do "Fugas" de tanto agarrar o garfo.
Em seguida fomos ao posto da GNR, onde contactamos com o Soldado Miranda Roma que nos contactou o posto de Almeida e confirmou-nos a pernoita para o dia seguinte, explicou ainda que as ocorrências naquela zona eram só furtos de porcos ou de ovelhas e que as bikes na carrinha estariam em segurança.
……

Pequeno-almoço: na Gabriela, muito bom
Almoço: no meio de uma rotunda depois de Algozinho pois restaurantes nem vê-los!
Jantar: em Freixo, no restaurante A Cabana, mega jantar, prego em prato (posta) com massa e sobremesas (mousse com natas e framboesas), (13€ a cada um).
Dormida e banhos: Pensão Fatibel em Freixo, quarto com 3 camas sem pequeno-almoço, 42,50 / 3 pessoas. Bikes guardadas dentro de uma carrinha na via pública.

Pedro "Trilhos"
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***Caros Betetistas, como compreendem, a alvorada não foi fácil. Para ninguém.
Mas ao levantar a persiana e ver o sol a brilhar em todo o seu esplendor, numa etapa que se previa de rompe pernas e de dificuldade média (etapa enganadora, é um sobe e desce constante), mas percorrida em pleno Parque do Douro Internacional, com paisagens e trilhos ímpares como vão constatar, cedo a boa disposição reinou, reforçada pelo bom pequeno almoço servido na Pensão Gabriela. Bem haja Lurdes e familiares pela hospitalidade e boa disposição e ânimo transmitido. Oh Meu Bravo Povo Lusitano, orgulho-me do teu bem receber
***Nesta etapa e segundo o seu estudo prévio, tínhamos como principais pontos de referência e míticos: Urrós, a Calçada da Bemposta, Lamoso, Vila de Alá, o Miradouro do Carrascalinho, Lagoaça e a Descida vertiginosa para Mazouco.
*** A esta altitude e apesar do sol, não há milagres, o tempo estava bem ameno, pelo que toca a começar a pedalar para aquecer em direcção a Urrós. A Sónia também se sentia bem fisicamente, o joelho só uma ou duas vezes se tinha manifestado.
*** Hoje pelo menos ninguém vai gozar comigo, com o meu Protector Solar e respectivo carregador.
Alguns dados pertinentes durante esta Travessia: todos os dias abastecíamos em mercearias, em bens alimentares e líquidos, claro está que a mochila não emagrecia no peso mas fomos “salvos” em muitas situações, dado a natureza isolada do percurso e horas madrugadoras no arranque de muitas etapas. Hoje foi uma delas como verão adiante. Também levamos um mapa de Portugal que nos deu muito jeito para traçar destinos e escolhas de etapas.
*** Começamos bem o dia com o nosso expert oficial na navegação, Pedro Trilhos, a enganar-se no percurso, descemos para caramba num trilho até que chegamos mesmo ao fundo do seu poço o que deu naquilo que os Amigos do Bike17Eco costumam apelidar de PURO BTT, ou seja, andar a desbravar mato com a burra às costas, saltar vedaçõe, etc… Deu para o Sérgio Fugas pôr a conversa em dia com um agricultor que já tinha começado há muito o dia no seu labor.
***Lá voltamos ao trilho certo até Urrós, onde paramos num café para abastecer e para a respectiva ingestão de cafeína, daí entramos num estradão largo e rolante e depois por estrada em direcção à Bemposta e sua famosa calçada romana. Estávamos todos a desfrutar e muito do percurso e toda a zona envolvente. Um silêncio regenerador pairava por aquelas terras, o ar puro purificava-nos em todo o seu esplendor, o sol aquecia-nos a alma, idílico meus Amigos. Pessoalmente, fiquei completamente fã de toda esta região do Douro Internacional, que não conhecia até á data, só em fotos e relatos longínquos. Contudo também cada vez mais nos apercebíamos do completo isolamento e desertificação destas populações, com o lado bom e mau que isso comporta.
***Entramos num trilho na Bemposta, descendo até à Ponte Romana, aí começava a Calçada. “ Acho que tem 80 Metros de subida”, diz um ilustre iluminado Betetista Não são 80 amigo mas sim 800 Mts. Muito difícil de subir montado para não dizer impossível, só algumas partes. Dava logo ali para registar uma nova patente do Pedro Trilhos: Novo Método para Subir Calçadas Romanas.
*** Depois da Calçada, passamos por Lamoso, entramos novamente em trilhos, com direito á primeira degustação da amoras da Travessia.
E também ao primeiro furo da Travessia na novíssima máquina do Pedro Trilhos! Não compra Bikes em condições e depois dá nisto.
*** A fome para o almoço já apertava, chegamos a Algosinho, começa a busca para um possível restaurante ou café para o almoço e pelo meu respectivo Tango, famoso néctar que me dá forças supernaturais e que vai fazer também história nesta Aventura. Já sabem qual o desfecho previsível ou não? Encontramos um habitante que nos fez a revelação que não queríamos ouvir: restaurantes e cafés aqui muito próximo não há nada! Não vai haver tangos para ninguém… E como sabem, o BTT abre-nos bastante o apetite, prova feita nesta Travessia em que parecíamos Leões á mesa.
*** Sem outra opção imediata, fizemos um lanche improvisado, recorrendo ao fundo de maneio da mercearia, no meio de uma rotunda, em que passava um carro de hora em hora talvez, não sendo incómodo para estes Artistas.
*** Barrigas meias cheias, fizemos uma Paragem na aldeia de Ventozelo, onde por sorte “achamos” o café Santa Cruz, mas não havia que comer a não ser umas batatas fritas em pacote, bebemos umas cervejas frescas e conversamos com os nossos concidadãos sobre a nossa epopeia e outras estórias. Aí mais um episódio singular: um deles estava alcoolicamente bem disposto e levou a mal o facto do responsável do café ter perguntado donde nós éramos, “Hás de ter a ver muito com isso, perguntar donde eles são” disse ele ! Ui, Ui, Era a nossa deixa para zarpar.
***Próximo destino: Miradouro do Carrascalinho perto de Lagoaça. Se alguém sabe as coordenadas do Miradouro, p.f, enviem-nos pois não demos com ele ou então passamos ao lado pois até à Central eléctrica antes de descer para Lagoaça, fomos por estrada. Mais uma curiosidade que ficou registada no Bloco de Notas mas ficamos com um sabor amargo em não encontrá-lo pois as fotos que eu vi era espectaculares…
***Entramos em trilhos antes de Lagoaça, continuando em direcção a Mazouco.
***Finalmente, chegamos a um dos ex-libris desta Travessia, a vista sobre Mazouco, terra de um colega nosso, Rebanda, e de facto ficamos siderados com tamanha imponência e vastidão e acalmia sobre o Douro. Uma retrato de cortar a respiração. A descida era mencionada como vertiginosa, confirmou-se, entretanto surgiu um furo á Sónia que teve que ser reparado antes de prosseguir.
*** Passamos por Mazouco, ainda ligamos ao Rebanda a ver se ele estava por aqui de fim-de-semana mas era negativo, safou-se de pagar o lanche e entramos novamente no trilho para os restantes 10/12 Kms até Freixo. Por esta altura, acusávamos já o desgaste de sobe e desce constante do dia, a Sónia já travava a sua luta pessoal com as dores no joelho.
*** Chegada á Vila histórica de Freixo, com uma subida final dos diabos, onde procuramos a Pensão fatibel e onde fomos bem recebidos pela dona, que fica junto á adega cooperativa de Freixo e que é também posto obrigatório de passagem dos atletas da Transportugal, local da nossa reserva para a noite. Detalhes: Dormida e banhos: quartos excelentes com 3 camas (no nosso caso) sem pequeno-almoço, 42,50 / 3 pessoas. Porém as Bikes tiveram que ficar guardadas dentro de uma carrinha na via pública, frente à pensão, ideia que não nos agradava mas era a única solução possível. Alguém ia ficar de plantão esta noite…. Aproveitamos para abastecer de bens na mercearia que fica a dois passos da Pensão.
*** O Jantar foi no restaurante denominado A Cabana, um mega jantar, prego em prato (posta) com massa (a nosso pedido) e sobremesas (mousse com natas e amoras), (13€ a cada um). Até deu a breca no polegar ao Sérgio Fugas, tal era o apetite da malta. Tango é que nem vê-lo pois não havia groselha mas estão perdoados dada a qualidade.
*** Depois do jantar, demos uma volta na vila, procurando também a GNR de Freixo, pois tínhamos necessidade de saber qual era a disponibilidade dos colegas da GNR de Almeida, onde acabávamos a etapa amanhã e onde era a despedida da Sónia e do Sérgio, em nos receber. Falamos com o Soldado Roma, astuto guerreiro que em tempos longínquos trabalhou para os nossos lados, o qual contactou o posto de Almeida e confirmou-nos a pernoita, ficamos ali todos em amena cavaqueira. Bem hajam Caros Soldados pelo altruísmo demonstrado.
***Seguiu-se o recolher obrigatório. Era tempo de reviver em sonhos os dias até lá percorridos. Amanhã esperava-nos uma das etapas mais duras mas também uma das mais bonitas.

Bem Hajam. Sousa “Trepador”

3º dia - Freixo de Espada-à-Cinta - Almeida



domingo, 19Set2010

Mais um dia de Sol na zona do Douro Internacional , que mais para a tarde aqueceu bem e transformou-se em mais uma dificuldade, juntando-se às dificuldades topográficas do dia, definitivamente um dos mais difíceis a este nível.
Inicio logo a subir, com paragem no meio de umas vinhas, para tomarmos o pequeno-almoço (que trazíamos connosco), com um agricultor a vir ter connosco para verificar se estávamos a comer as uvas dele “Ah estão a comer maçã!! Então, está bem…”. (Devia ficar mais pobre se lhe comêssemos um cacho de uvas. De certeza que quando vai pedir o subsidio para apoio à agricultura, não se importa que sejamos nós a descontar para ele…).
Continuamos a subir para o penedo Durão, o ponto mais espectacular desta travessia, onde se pode admirar as vistas, com os abutres a começar a pairar sobre nós, como se esperass alguma coisa…
Seguimos na direcção do almoço que seria em Barca D´Alva, com a espectacular passagem pela Calçada de Alpajares (ou Calçada do Diabo) e Calçada de Stª Ana.
Almoço em Barca D´Alva no restaurante Bago de Ouro Gourmet, muito fraco, batatas contadas (para aí umas 3 a cada um), pedaços de carne contados e até os palitos só deu três. Enfim restaurante muto pouco recomendável.
Depois do almoço com o calor a apertar começamos logo a subir, com os abutres ainda a pairar e a começarem a afiar o bico, até chegarmos ao alto da sapinha, com a subida já quase feita, onde (contra a minha vontade claro...) apanhamos boleia de uma "viteleira" (carrinha Dyna de caixa aberta), até perto de Castelo Rodrigo, de onde continuamos, com passagem pelo topo do Castelo, até Almeida.
Em Almeida, despedimos-nos da Sónia e do Sérgio, que foram acabar as férias a apanhar sol em Palma.
Pernoitamos nas camaratas do Posto da GNR, onde nos deixaram atenciosamente ficar, como já tinha ficado combinado pelo telefone no dia anterior. Camaratas com poucas condições muito idênticas às que temos cá no Comando do Porto na maioria das Esquadras, mas que pelo menos a mim, devido ao cansaço, não me fez diferença nenhuma.

Pedro "Trilhos"
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***Hoje tínhamos pela frente uma das etapas consideradas das mais duras mas também das mais bonitas. Era a Etapa do Douro por excelência com os principais atractivos, a Subida ao Penedo Durão, Poiares a Barca D´alva eram 15 Kms, 10 a descer em zonas perigosas e com ravinas (Calçada de Alpajares), de Barca D´Alva até Figueira Castelo Rodrigo eram 20 Kms a subir e bem duros, ainda faltavam 21 kms até Almeida.


***E tornar-se-ia ainda mais dura pois algum cansaço físico da malta já era evidente. Sobretudo dado o peso das mochilas. Pessoalmente, já me queixava um pouco das assaduras no traseiro mas não era necessário recorrer ao Halibut, para já. A Sónia também já acusava algumas dores no joelho, nas subidas principalmente, contudo, qual Bravo Guerreira Lusitana, já tinha concretizado 2/3 do percurso, fazendo a sua estreia em trilhos, logo com uma maratona de quase 100 kms no primeiro dia e outra de 66 kms no segundo, não se daria como vencida por esta última dificuldade. De referir que era o último dia para o Sérgio e a Sónia, ficam por Almeida, no dia seguinte o destino de férias era outro, bem mais quente e não tão cansativo.

***Saímos cedo, pelas 07H00 e, como era Domingo, não havia nada aberto para o pequeno almoço, pelo que iniciamos o trilho saindo de Freixo e tomamos o pequeno almoço nos campos agrícolas, rodeados pela natureza, querem melhor do que isto Amigos? Um agricultor avistou-nos e veio confirmar se estávamos a ter um repasto das suas uvas, saiu descansado. Se fossem amoras, não teria tanto a certeza .

***Optamos por seguir pela estrada até ao topo do Penedo Durão, local do famoso Miradouro (e que local), uma boa subida para aquecer os ossos ressequidos destes Atletas, a vista melhorava a cada metro percorrido, autênticas telas celestiais, espíritos e almas em plena comunhão com a mãe natureza. Tal era a contemplação que o Pedro Trilhos esqueceu-se de tirar os pés dos pedais de encaixe e espalhou-se ao comprido na estrada Sem consequências Amigos.

*** Já no topo da subida, avistamos os primeiros abutres, existindo naquele local um alimentador oficial de abutres, encerrado provisoriamente, Contudo, o Trilhos bem nos tentou arranjar o almoço.

*** Ficamos na dúvida quanto ao Miradouro pois não havia mais indicações, logo depois do alimentador, viramos à direita pelo trilho marcado no GPS e a panorâmica do lado Português era a seguinte .

***Também já se avistavam os majestosos abutres nos céus, quiçá espreitando a oportunidade de alguns destes Amigos se deixar vencer pelo cansaço.

*** Mas ficamos com a pulga na orelha, voltamos para trás, descemos cerca de 150 metros e aí, sim, demos com o famoso Miradouro do Penedo Durão, com vista para a Barragem de Soucelhe e com a estátua da Nossa Senhora do Douro a contemplar o Rio.

Caros Amigos, é comum dizer-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. E deve ter sido a pensar neste lugar pois conhecemos um dos lugares, em Portugal, com uma das paisagens mais belas e incríveis do MUNDO, sem qualquer tipo de patriotismo exacerbado. Têm de ver e constatar com os vossos próprios olhos, é o que vos aconselho. O êxtase era total.

***Tudo tem um fim pelo que tivemos que retomar caminho, as baterias estavam carregadas ao máximo, entrando novamente no trilho, passamos pela aldeia de Poiares e seguimos a indicação da Calçada de Alpajares, outro dos ex-líbris da Travessia.

***Demos com a Calçada pelo trilho do GPS, uma calçada altamente técnica, o peso das mochilas também não ajudava, mas dava para descer em cima da burra. A paisagem rochosa engolia-nos a cada metro da descida. Porém, não a devemos ter feito na totalidade pois, na descida depois de Poiares, passamos por um placa a indicar a mesma, optamos pela indicação do GPS.

***Acabamos a descida na Ponte Santa Ana, subimos apeados outra calçada e depois era sempre por estrada, em descida bem rápida, quase até à Ponte Almirante Sarmento Rodrigues, porta de entrada para Barca D´Alva, localidade que eu já conhecia, onde chegamos pelas 12H00, mesmo na horinha certa para o reforço do dia. E será que vai ser hoje que vou fazer a estreia do meu TANGO????

*** Não havendo muito por onde escolher, o almoço foi ao calha, no restaurante Bago de Ouro Gourmet, comemos lombo assado, o que deu 33,90 € / 5 pessoas.

E meus amigos, tenho de dar uma nota altamente negativa ao restaurante, as doses eram minúsculas, até os palitos eram contados, não fez jus à boa tradição portuguesa do comer e beber bem. Nem tudo foi mau e passados quase 3 dias, consegui o meu doping habitual.

*** Barrigas a meia gás, tínhamos uma das grandes dificuldades do dia, a subida de Barca D´Alva até Figueira de Castelo Rodrigo. Com o calor a apertar. Optamos por não seguir o trilho e ir por estrada. Chegamos ao Alto da Sapinha, a cerca de 6 Kms de Barca D´Alva e onde existe um Miradouro, já bastante desgastados fisicamente. A subir notava-se bem mais a mochila. A Sónia também já se queixava bastante do joelho. Para os restantes, eram as mazelas do costume, ai as minhas costas, ai o selim e tal Até Figueira de Castelo Rodrigo ainda nos faltavam 16 Kms, fora os restantes 22 kms para Almeida. Esta etapa tinha tanto de beleza como de dureza realmente.

*** Qual sinal divino meus amigos, eis que surgiu no horizonte uma “Viteleira”, mesmo feito à nossa medida , Milagre este que não podíamos recusar, toca a marchar até mesmo à entrada de Figueira Castelo Rodrigo (localidade que já conhecia), o que nos safou o dia em termos físicos e temporais diga-se de passagem. Ah Bravas Viteleiras deste país!

*** Seguiu-se a subida íngreme até ao Castelo de Figueira, com respectiva visita e vista monumental sobre a planície, aí fizemos um lanche improvisado.

*** Apesar do bónus da “Viteleira”, o cansaço acumulado dos dias anteriores reflectia-se na malta pelo que os restantes kms finais até Almeida foram um pouco difíceis mas, no entanto, ao chegar ao objectivo do dia, a sensação de dever cumprido e de satisfação era evidente ***Direcção Posto da GNR de Almeida, onde os colegas já contavam com a nossa chegada e nos receberam ao mais alto nível, como não podia deixar de ser, disponibilizando-nos os banhos quentes e lavagem de bikes. Bem Hajam Nobres Guerreiros Hoje ia ser a nossa estreia em camaratas.

*** Nem tudo eram rosas. Acabava por aqui a fantástica saga da Sónia e do Sergio, super mega atletas do Bike17Eco, pois o Vita vinha buscá-los a Almeida, amanhã o destino de ferias seria outro, bem mais quente e menos cansativo

Amigos, para nós, foi um orgulho e prazer imenso acompanhar-vos nesta Aventura, podendo disfrutar da vossa boa disposição e da vossa coragem, testemunhando o vosso ânimo em aceitar juntar-vos a três malucos. Esta Travessia sem vocês não teria tido o mesmo sabor. Bem Hajam.

***Refeitos das emoções fortes, visitamos o Castelo de Almeida, monumento de configuração singular e que se encontra incluído na Grande Rota das Aldeias Históricas(GR22).

*** Na sequência do passeio, a fome já apertava, o jantar foi no restaurante a Tertúlia, comemos Bacalhau á Brás, 39,50€ / 3 pessoas, estava muito bom, foi aprovado.

*** Corpos fatigados e já enrolados nos respectivos sacos camas, na camarata, era tempo de cada um voar livremente sobre o Penedo Durão.....

4º dia - Almeida - Alfaiates- Penamacor



segunda, 20Set2010

O primeiro dia só a três e a mania das grandezas de grandes atletas (que não somos) fez logo estragos, começamos com uma etapa programada de 50 km e acabamos já de noite com 102km e o isolamento da Serra da Malcata atravessado.
Saída cedo da GNR de Almeida, 6H30; para entrarmos na GR22, sempre em estradão rolante que nos levou num instante até Alfaiates fizemos um reforço com sandes mistas no Café Ronda, e fruta na mercearia. Até aqui eu vinha a sentir-me ligeirinho, até o Saca Saca, (para estragar tudo), reparou que eu e o Trepador vínhamos com as camisolas trocadas: "- Pois então era por isso…"
Com a mania que andamos muito, lá resolvemos forçar o andamento e continuar pela Serra da Malcata dentro.
Parque natural da Serra da Malcata, terra do famoso Lince Ibérico, para quem não conhece, é igual à Serra de Valongo, piso igualzinho e a paisagem tirando a vastidão e o isolamento é bastante idêntica.
Mas agora já lá estávamos tínhamos que sair com a luz do sol a ir-se e a civilização parecia não aparecer, até entrarmos nuns estradões, em pó muito fino por causa dos camiões madeireiros que por ali passavam (não percebi muito bem que tipo de Parque natural é aquele, onde andam máquinas a cortar as árvores). Pelo menos pela zona onde passamos, não fiquei fâ deste Parque .
Até chegarmos finalmente, cheios de pó por todo o lado, a uma estrada por onde seguimos até Penamacor, onde já chegamos de noite, comigo a ficar para trás para reparar um furo (que afinal eram 4 na roda da frente) e os meus dois companheiros a irem pedir guarida aos Bombeiros V. de Penamacor, onde recebidos pelo Bombeiro Leal, atenciosamente nos deixou ficar na camarata do piquete.

Pedro "Trilhos"

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***E foi assim, com muita pena nossa, que a nossa Aventura deixou de ser composta por 5 Atletas do Bike17Eco e ficamos entretanto os 3 da Velha Guarda, Pedro “Trilhos”, Pimenta “Saca Saca” e a minha pessoapara tentar concluir o nosso périplo. Posso dizer-vos que é uma sensação estranha e um pouco melancólica acordar no dia seguinte e preparar tudo para iniciar a etapa, não contando com os nossos amigos do costume, fica uma sensação enorme de vazio. Mas tínhamos de continuar esta descoberta, por eles também.

***A etapa até Alfaiates prometia o seguinte: 54 Kms, 627 Mts em subidas, Dificuldade média (era considerada a mais fácil da Travessia) , apelidada da Rota dos Contrabandistas, desenrolava-se no grande planalto para além do Vale do Côa e segundo os entendidos, predominavam os bons pisos.
***Analisados todos os pormenores, achamos melhor sair mais cedo desta vez, pelas 06H30, para chegar cedo a Alfaiates, no Concelho de Sabugal. Numa tentativa de ganhar tempo na etapa, ainda era capaz de dar para atravessar a Serra da Malcata, outro local considerado um ex-líbris da Travessia. Logo se veria. O pequeno-almoço foi tomado no Posto da GNR, com o que tínhamos comprado no dia anterior. Saudações madrugadoras à malta, eram horas de arrancar para mais um dia. Bem hajam, caros Guerreiros de Almeida, pela sincera hospitalidade e cortesia demonstrada com estes humildes Betetistas
***O Físico: depois de três dias intensos, a malta já acusava algum desgaste natural dado o acumular do peso das mochilas. Pessoalmente, já tinha recorrido ao Halibut pois começava ter ligeiras assaduras junto da virilha, fruto da constante fricção no meu selim. Os meus companheiros estavam um pouco melhor do que eu.
***Iniciamos pela Estrada Nacional 332, com tempo excelente para pedalar, andamos cerca de 11 kms e daí entramos por trilhos, Confirmava-se o bom piso, sempre rolante, entrando na Grande Rota GR22, com paisagens diferentes das etapas anteriores mas não menos singulares Amigos.***Passamos pela Aldeia da Ribeira, aproximando-nos rapidamente de Alfaiates, vila histórica com 700 habitantes.***Por volta das 11H, sem darmos conta, chegamos ao primeiro objectivo traçado, Alfaiates, com o seu castelo a receber-nos de braços abertos à entrada da Vila.
***Quem não é para comer, não é para pedalar, era tempo de recarregar as baterias no Snack Bar Ronda, com colas e sandes de fiambre e mistas com fartura, situado numa praça da vila, junto à estrada nacional 233, local onde existe também um multibanco e uma mercearia.
***Era tempo de aquecer os ossos ao sol e descansar as costas e rabos nos bancos do povo. Qual olho de águia inveterado, eis que o Pimenta repara nos nossos jerseys:
Bem me parecia que alguma coisa não batia certo, o Trilhos já tava cheio de moral a pensar que tinha ganho a forma E eu que fiquei ainda mais a nadar no roupão
*** O Pedro Trilhos, astuto estudioso de mapas e GPS, colocou as cartas na mesa a ver se queríamos ganhar tempo : até Fóios, porta de entrada da Serra da Malcata, e por estrada, tínhamos cerca de 18Kms, a maior parte em subida, não ia ser fácil. Depois de Fóios, teríamos que atravessar a Serra da Malcata, que era referenciada como o último contacto com a civilização, seguindo-se muitos Kms em perfeito isolamento. Chegar a Monfortinho hoje, ganhando uma etapa quase de descanso, seria muito difícil – tínhamos reservado em Monfortinho três quartos nas Colónias de Férias da PSP para o dia 21- contudo Penamacor ficava relativamente próximo da saída da Serra, era uma boa opção.
*** Penamacor será, retomamos a estrada, direcção Fóios, com passagem pela Aldeia Velha e Aldeia do Bispo, altura em que, após uma paragem junto a uma antiga discoteca, para o Trilhos experimentar Outra Nova técnica, a de vestir dois calções sobrepostos para tentar suavizar as dores no dito cujo, colocou a máquina fotográfica em cima de um muro, só dando conta 3 ou 4 kms depois de uma subida bem puxadinha. Sem outro remédio, lá teve que voltar para trás. Eu e o Pimenta ainda oferecemos os nossos préstimos mas ele estava em grande forma e “dispensou-nos”. Não nos fizemos rogados Amigos e lá esperamos pacientemente deitados na berma da estrada quais lagartos ao sol a praticar descanso.
***Regressado o Pedro Trilhos da bruma, lanchamos ali mesmo na berma, retomando o caminho até Fóios, onde chegamos pelas 14H30.
*** Local para almoçar em condições em Fóios não havia (ou não encontramos) pelo que por volta das 14H50, entramos finalmente na Reserva natural da Serra da Malcata, em busca do Lince Ibérico, com grande entusiasmo de todos e em particular do nosso Homem da "GreenPeace" oficial, Pedro "Trilhos".
***Mal entramos nas suas profundezas, demos logo com este cenário, deixando o Pedro à beira de um ataque de nervos .
***Minha impressão desta Serra: se calhar tivemos azar no local em que resolvemos atravessar a Malcata, junto à fronteira com Espanha, mas o piso era na sua maioria francamente mau, até comentamos que parecia a Serra de Valongo em 2ª versão, com muita pedra solta, com trilhos de sobe e desce constante, a perder de vista e algos monótonos, com muita pouca sinalização, sendo muito fácil alguém perder-se ou desorientar-se nesta imensidão (factos confirmados pelos Bombeiros de Penamacor na nossa pernoita). Confesso-vos que assusta um pouco. E o ganda maluco do Pedro "Sr. Engenheiro" Cintra que há de cá passar sozinho mais tarde (outras estórias a serem contadas Amigos...) Mas as panorâmicas tinham este aspecto, entre outras, beleza sui generis.
***Andamos bastante e parecíamos que não saímos de sítio, com descidas fulgurantes e perigosas e autênticas paredes, o sol também já mostrava a sua timidez, até que chegamos à uma intersecção em que o GPS indicava a descida para a Estrada Municipal 569. Aproveitamos para descansar e fazer o respectivo lanche, na cuca de algum Lince aparecer e dar as boas vindas a esta malta. Iniciamos a descida a todo o gás e tivemos mais uma supresa, 3 kms de autêntico trilho de pó, deixado pelos camiões de terraplanagem. Em algumas partes parecia gelo tal era a altura do pó acumulado. Saímos da Serra da Malcata em Safurdão, eram 18H e muitos, com direito a mais um furo do Trilhos.
*** Até Penamacor, eram 12Kms por estrada, local onde chegamos já ao cair do dia e bastante desgastados claro. Já nos encontrávamos no Distrito de Castelo Branco, impressionante só de pensar nisso Amigos.
*** Ainda tínhamos de resolver as dormidas, subimos para a Vila - que mania que estes Lusitanos tinham de construir as povoações no alto -e contactamos os Bombeiros Voluntários de Penamacor, na pessoa estimosa do Bombeiro Leal, ilustre Combatente da Paz e adepto do BTT, e explicado que foi a nossa aventura do dia e restantes, como vai ser regra nesta Aventura, solicitou autorização superior para nos acomodar nas camaratas do Piquete, que foi concedida de forma altruísta. Aproveitamos para conversar com o mesmo sobre as nossas aventuras e desaventuras, foi aí que ele nos indicou terem salvo uns dias atrás uma pessoa que esteve perdida na Serra da Malcata (porque será?). Tivemos direito a duches e lavagens de bikes com alta pressão. Bem Hajam, Ilustres Combatentes da Paz deste meu País, pela vossa dedicação e altruísmo
*** Já era tarde e tínhamos de tratar de jantar antes que fechassem as portas. As compras na mercearia foram feitas quanto antes para o dia seguinte.
***O jantar foi no café restaurante O Jardim, comemos Carne de Porco, 21€ / 3 pessoas, mais uma vez o tacho aprovado.
***Resumindo o nosso dia, tinhámos ganho muito terreno, ultrapassando a Serra da Malcata, a custo do cabedal é verdade, mas amanhã eram só 40 kms até Monfortinho, local onde poderíamos fazer uma espécie de etapa de descanso, e bem precisávamos Amigos.
*** A noite passada na Camarata do Piquete dos Bombeiros deu razão ao Pedro "Trilhos", que trouxe consigo uns tampões para os ouvidos. Tivemos direito a Sinfonia de Mozart em Requiem a noite toda Mas que eu saiba, eu não ressono quando estou a dormir.... Que eu saiba!

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

5º dia (descanso) - Penamacor - Monfortinho



terça, 21Set2010Após 5 dias de Travessia.
374 Km`s e cerca de 26 horas a pedalar, hoje foi o dia mais duro.

Estamos na Colónia de férias dos S.S. da P.S.P. nas Termas de Monfortinho.
Não há muito para dizer do dia de hoje, foi sem dúvida o melhor…
Podia gozar com o Saca Saca, por ter passado a tarde a fazer fotografias e vídeos de si próprio na piscina, ou chibar o Trepador e por ter enchido a escova da roupa do hotel, de óleo, por escovar a transmissão da bicicleta, mas não o vou fazer...
Foi um rico dia de descanso na colónia de Férias de Monfortinho, despachamos os 40 km, logo de manhã em estradas em falso plano que enganam bem e passamos a tarde na piscina e dormimos em quarto individual.

Pedro "Trilhos"
______________//_________

*** Noite bem passada – não houve necessidade de alguém durante a noite recorrer aos prestimosos serviços dos nossos Amigos Bombeiros de Penamacor, sinal positivo – levantamo-nos sem fazer grandes alaridos e era tempo de começar o dia. Bem hajam Nobres Combatentes da Paz por nos terem recebido com tamanha Camaradagem

*** O objectivo do dia, Colónias de Férias da PSP nas Termas de Monfortinho, mesmo junto à fronteira com Espanha e o Rio Erges, distava cerca de 40 Kms de Penamacor por estrada. Tínhamos feito reserva para este dia, estávamos adiantados no percurso e com todo o desgaste acumulado destes dias passados e vividos em cima de uma BURRA, chegar ao fim da manhã às Termas era ouro sobre azul. E o meu rabo agradecia pois estava já um pouco à rasca, se é que me entendem
*** Posto isto, arrancamos em busca do pequeno almoço, que foi tomado no mesmo café restaurante onde jantamos na noite anterior, denominado o Jardim, já havia bolos fresquinhos para a malta, nunca sem antes o Ilustre Pedro "Trilhos" reparar numa cópia à Portuguesa da Torre de Pisa, à moda de Penamacor. Ou será do sono Amigos, nosso fiel companheiro desta Aventura?
***Descemos e viemos ter à Estrada Nacional 332, desviamos para Aranhas, trajecto e zona geográfica que eu e o Pimenta "Saca Saca" por acaso já conhecíamos da nossa vinda à maratona de Idanha o ano passado, com passagem por Salvador e Sidral, já se avistava Monsanto,a aldeia mais portuguesa de Portugal, com toda a sua imponência.
***Daí até Termas de Monfortinho foram 22 Kms em falso plano - posso dizer-vos que os meus dois Amigos tiveram que esperar algumas vezes por mim - com passagem junto à Penha Garcia, outro local fantástico já por nós visitado também, chegando enfim por volta das 10H15 ao objectivo do dia
***Tempo de nos acomodar convenientemente e em todos os apectos: e de actualizar o blog pela primeira vez desde a nossa partida e descobrir as fotos tiradas.
***Tivemos sorte pois a cantina das Colónias ainda se encontrava a funcionar por mais uns dias, situação anormal nesta altura do ano, pelo que o Almoço - e mais tarde o jantar - nos souberam que nem canja.
***A tarde toda foi tirada para praticar total descanso , uns a tirar partida ainda mais da piscina para experiências fotográficas do outro mundo e outros, como era o meu caso, a partir uma pedra das grandes no meu quarto, deu cá um trabalho Agora, à largos dias de distância, asseguro-vos que este quase dia de descanso foi fundamental para a nossa recuperação física para as etapas vindouras. Também deu para estudar a etapa de amanhã, com o primeiro objectivo Ladoeiro, a poder ser cumprido na parte da manhã, logo se veria o resto depois, Vila Velha de Ródão era logo ali.
*** Tempo de recolher obrigatório, esta noite não haveria direito a concerto, cada um teria que improvisar a solo nos seus quartos.

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

6º dia - Monfortinho - Ladoeiro - Vila Velha de Ródão




Hoje passamos a 4.

Apareceu-nos o maluco do Pedro Cintra, a fazer a travessia sózinho.
....
***Caros Betetistas, baterias altamente carregadas depois de um quase dia de descanso – eu que o diga - era tempo de continuar a nossa epopeia. Já levávamos nas pernas e no corpo 374 Kms a percorrer Portugal, nunca antes nos tínhamos metido em tal coisa Amigos. Mas como vai sendo hábito nesta “Sã Loucura”, hoje tornar-se-ia mais um dia cheio de Surpresas
*** Ontem não foi só dia de repouso e estudando os gráficos, o mapa de Portugal, a descrição das etapas seguintes, etc… retiramos algumas conclusões: até Ladoeiro, local final da Etapa, e seguindo à risca o trilho gravado, tínhamos pela frente 79 Kms, 1804 Mts em subidas e 1035 Mts em descidas, uma etapa considerada de Dificuldade média, com os aperitivos do Singletrack junto ao Rio Erges, a Subida a Monsanto em calçada muito inclinada, a Descida de Monsanto com alguma perigosidade, Idanha-a-Velha, a Subida para Alcafozes (Santuário da Sr do Loureto). Ora, acontece que eu e o Pimenta já conhecíamos Monsanto, conforme anteriormente referido, o Pedro Trilhos também não estava para aí virado e, de um ponto de vista do percurso, estaríamos a andar para trás sem qualquer necessidade. Calculando o trajecto directo para Ladoeiro, estávamos a cerca de 45 Kms, ou seja, o almoço seria feito em Ladoeiro sem qualquer problema e no fim do dia poder-se-ia alcançar Vila Velha de Ródão, ganhando uma etapa inteira de avanço, o que nos dava muita margem de manobra em todos os aspectos. Optamos então por este plano.
***Pelas 07H50, tempo bem fresquinho, iniciamos o percurso.
*** Este seguia junto ao Rio Erges com uma paisagem soberba.
***Viemos ter à Estrada Nacional 240, deixando Termas de Monfortinho para trás, no horizonte Monsanto despedia-se de nós, triste por não ter sido visitado por estes Amigos. Mais uma vez.
***Passamos pela vila de Zebreira, com a sua bonita escola primária a receber-nos à entrada.
***Sem dar quase por isso, chegamos ao primeiro objectivo do dia, Ladoeiro, ao fim da manhã. Tempo de perguntar aos habitantes locais um sítio recomendado para o almoço, foi-nos indicado o Restaurante Café Flôr da Campina, onde almoçamos sem stress e qualquer coisa leve, tipo uma açorda de marisco , deu 22,50€ / 3 pessoas, ao mais alto nível mais uma vez.
*** O objectivo seguinte era chegar a Vila Velha de Ródão, com as suas famosas Portas de Ródão, uma das maravilhas de Portugal, que distava cerca de 61 Kms, indicando-nos um trilho muito rolante na parte inicial junto ao Rio Pônsul até Lentiscais, passagem pela Nª Srª do Socorro e o Monte Fidalgo.
*** Estávamos empanturrados, estava calor, saímos de Ladoeiro e mal entramos em trilho, parámos debaixo de umas árvores e praticamos algum descanso, à sombra. Amigos, conhecem aquela sensação de paz extrema e de satisfação total, altura rara em que cada um medita sobre o que tinha vivenciado até aqui? Era mais um momento ZEN
*** Eis senão que, qual Fénix Renascida, surge um vulto no horizonte, envolto numa nuvem de pó, em grande velocidade e acompanhado do ruído característico de veículos de duas rodas, o Sr. Pedro “Engenheiro” Cintra, despertando os Sentidos Apurados destes Guerreiros, pára junto a nós e diz simplesmente: “ Eh pá, por acaso, não são vocês que vão para Sagres?”
***Meus amigos, a vida tem destas coisas, desfechos e planos iniciais imprevisíveis em todos os seus aspectos, encontros e desencontros, caminhos traçados ao sabor do vento. Acontece que o Pedro Cintra, ilustre e mui nobre Setubalense, Aventureiro Reputado e Surfista Inveterado, Caminhante deste país e não só, estava a fazer a Travessia de Portugal em BTT a solo – pensando também numa componente profissional, era engenheiro de estruturas e alargava os seus horizontes técnicos - seguindo o track original na íntegra, com paragens nas estalagens recomendadas pela Organização, a bike carregada com alforges e pesando uns bons 30 Kg, estava em grande forma. Caros Betetistas, devem estar a pensar o mesmo do que nós na altura: “ Sozinho!!! E o maluco sou Eu, é!!!”. Contou-nos que tinha saído um dia depois de nós e em Sendim, na Gabriela, tinha recebido a informação da Dona Lurdes que 5 pessoas estavam a fazer o mesmo trajecto e que íamos um dia adiantado. O Sr. Pedro Cintra não teve mais nada, toca a rasgar folheto para ver se nos apanhava, mal sabia ele que estávamos a fazer a “Nossa” Travessia, não percorrendo o trilho na totalidade. Quis o destino que ele nos encontrasse mesmo em cima do trilho
*** E assim, a partir daqui, esta Aventura passou a ser vivenciada e reinventada diariamente por 4 humildes Betetistas. E passamos a poder contar com um novo AMIGO. Era o Engenheiro Carago!!!!
*** Pusemo-lo a par das nossas estórias também e das nossas escolhas de percurso, alojamentos, etc… Ficar nos alojamentos oficiais da prova, só em último recurso mesmo, era muito caro, respeitar o trilho na totalidade era impossível, conforme já sabem, não houve stress. Aproveitou-se para remendar um furo na Bike do Sr Engenheiro e retomamos em amena cavaqueira o trilho em direcção a Monte Grande,
Seguindo-se a ponte do Rio Pônsul e paisagem envolvente, com as nossas primeiras incursões em terrenos fechados com cancela e cercas, algo que não me agradava muito pois touros, vacas bravas e outros possíveis “residentes” poderiam cruzar-se no nosso caminho mas o trilho estava certo. Contudo, o Pedro Cintra lá nos contava as suas peripécias, teve que andar a fugir de uma matilha de cães no meio destes terrenos, lançando a vez os seus alforges por cima das cancelas porque não dava para pegar na bike em peso . Para confirmar se não havia problema ou perigo em atravessar estes campos, tinha ligado a alguns contactos, conhecedores da Transportugal, que lhe garantiam não haver perigo. Com o Pedro Trilhos e Pimenta Saca Saca a rematar: “Pois, em casa e no sofá, não há perigo nenhum de nos cruzarmos com um touro…”
***Eram trilhos bem rolantes até Lentiscais, conforme descrito na gráfico, mas muito bonitos, com passagens junto ao rio, povoados de vida animal, ainda vimos alguns veados a saltarem as cercas, cruzamo-nos com um agricultor que tinha um cabrito ao colo, com a mãe aflita ao lado – infelizmente a raposa não teve a mesma sorte – para lamentação nossa e sobretudo do Trilhos.
***Em Lentiscais, lanchamos no café da Casa do Povo, e ao sair da vila, tiramos a respectiva foto para a posteridade, depois do Parque Douro Internacional conquistado, era altura deste
***Descemos por estrada até à Ponte, subimos para voltar novamente para o monte, altura para o Pedro Trilhos abastecer em pleno monte de líquidos. Sem comentários
***Seguiu-se o Monte Fidalgo,
Com a perspectiva da Barragem de Cedilo.
***Passamos então por Perais, Vila Velha de Ródão era já ali, chegando pelas 19H10 à entrada da vila.
***Este dia, caros Amigos, estava definitivamente marcado pela positiva com o aparecimento do Sr Engenheiro e teria que finalizar da mesma forma. Demos logo de caras com uma mercearia, a qual fechava às 19H30, abastecemos para o dia seguinte, a Sra do atendimento muito simpática, conversa puxa conversa, precisávamos de um local em conta para pernoitar, sem ser no sítio oficial da prova, etc... Deu-nos logo a indicação de uma casa particular ali próxima, ficava-nos a 12.50€ por pessoa (o que era bem em conta diga-se), com condições excelentes, quartos duplos. Mais uns minutos atrasados e o nosso destino teria sido outro (e também ajudamos a dita moça não é verdade )
***Depois de bem acomodados, era tempo de procurar um sítio para jantar, fomos ao café restaurante Ponte do Enxarrique, comemos Vitela estufada, 30,50€ / 4 pessoas, estava bom.
***A respectiva caminhada era sempre obrigatória, tentamos avistar as portas de Ródão a partir do cais, conforme placas de sinalização, mas não se conseguiam ver dali pelo que recolhemos aos nossos aposentos. Não faz mal, amanhã levaremos as chaves e entraremos por fim no Alto Alentejo
Mas o Sr "Engenheiro" Pedro Cintra terá que pagar imposto pela carga extra da sua montada.

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

7º dia - Vila Velha de Rodão - Portalegre





***Caros Amigos, já lá iam 7 dias depois da nossa partida de Bragança e íamos enfim dar entrada no Alto Alentejo, através da ponte sobre o rio Tejo e com pano de fundo as famigeradas Portas de Ródão, uma das maravilhas de Portugal. Não sei porquê mas ainda hoje me fazem lembrar um certo cenário dos Senhores dos Aneis, no vale dos Reis. Hoje pelo menos deu para ter uma panorâmica das mesmas e sem chaves. Majestosas e imponentes Amigos .

***Pequeno almoço tomado e forças retemperadas, o primeiro objectivo do dia era chegar a Castelo de Vide para o almoço. Optamos para destino final do dia Portalegre, ficava mais no interior da nossa rota, eu e o Pedro Trilhos também já conhecíamos a cidade da mítica maratona e, por último mas não menos importante, havia a PSP, local possível de pernoita para nós .
***Passamos então a ponte e logo entramos por um trilho espectacular, junto ao rio Tejo, com passagem pela Fisga do Tejo, indicando a Rota dos Açudes.

*** A vista era fenomenal caros Betetistas.
***A aldeia de Salavessa recebeu-nos então, ainda sonolenta. Nesta fase, era um sobe e desce constante, progedia-se pouco, suava-se muito, para alegria de certos atletas - o Sr. Engenheiro com o seu caracterísitco grito de guerra: Olha o Trilho pá - e para desespero do Pedro Trilhos que não estava a achar muita piada a estas paredes

***Continuou-se contudo até à localidade de Póvoa e Meada, envoltos em paisagens verdejantes, faltavam cerca de 14 Kms para Castelo de Vide, local eleito para o nosso almoço. Eu voltava a acusar o desgaste na minha virilha, levando os meus companheiros a terem que esperar por mim de vez em quando, desculpas para descansar é o que é
***Prosseguimos por estrada então até Castelo de Vide, conhecida pela "Sintra do Alentejo", fortaleza medieval que nos olhava sobranceira e do alto de todo o seu esplendor.
***O Almoço foi na Albergaria El Rei D. Miguel, os habituais pratos do dia, deu 34€ para 4 pessoas e estava no ponto mais uma vez.
***Praticamos descanso depois na esplanada, tinha de ser pois, conforme estudo prévio, tínhamos pela frente uma subida dura e acentuada em calçada romana ao sair de Castelo de Vide (530 m para os 700m em 1.5 Km)- ainda por cima depois de barrigas cheias a vontade é pouca ,seguindo-se uma descida nos mesmos moldes para regozijo de muitos Betetistas, sobretudo do Pimenta, descedor nato. O Sr Engenheiro sofreu um pouco mais nesta fase, com uma bike rígida e a pesar 30 kgs naõ havia milagres, mas a boa disposição da malta estava sempre em alta.
***Depois destes trilhos de excelência, maravilhados pelo contacto puro com o mundo natural mais uma vez,viemos ter á estrada junto a uma pequena capela, junto a Carreiras, concelho de Portalegre.
*** O resto do trajecto até Portalegre foi feito por estrada em modo de descompressão total, local onde chegamos por volta das 17H40.
***Direcção Esquadra da PSP de Portalegre e aí, meus amigos, mais uma demonstração de altruísmo e puro profissionalismo: estava no local o Exmo Sr. Comandante da Esquadra e de serviço de Oficial de Dia, Subcomissário Pereira, que posto ao corrente da nossa aventura bem como da necessidade de arranjar um lugar para um Civil (Sr. Engenheiro), não esteve com meias medidas e, apesar das condições não serem as ideiais, no Porto já estamos habituados infelizmente.., disponibilizou-nos de imediato os seus aposentos pessoais, tratando logo de arranjar outro espaço para o Sr. Pedro Cintra, atleta que assistia maravilhado ao desenrolar destes acontecimentos, repetindo: - eh pá a minha família nem vai acreditar que vou ficar a dormir numa Esquadra Bem hajam Exmos Colegas de Portalegre por nos terem recebido desta forma
***Depois de devidamente instalados e bikes arrumadas, seguiu-se um passeio de reconhecimento e de fotos por esta magnífica Cidade Alentejana, o movimento nas ruas era grande, estávamos na altura das praxes universitárias. tempo também para tentar actualizar a travessia num ponto internet da Cãmara Municipal.
***O Jantar foi no Balcão, como não podia deixar de ser, pedimos Migas à Alentejana, deu 35€ para 4 pessoas e posso-vos dizer que não sobrou nada
***Tempo de recolher obrigatório, amanhã era outro dia e será um dia bem duro como poderão constatar.

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

8º Dia - Portalegre - Elvas - Monsaraz




Ó Elvas, Ó Elvas, Badajoz à vista!!!!!

*** Caros Amigos, 535 Kms já efectuados! Íamos sensivelmente a meio do percurso e estávamos um dia adiantado. Quedas e avarias graves, zero até à data, as mazelas eram as do costume, a disposição era como sempre excelente, estávamos de férias. O Sr. Engenheiro Cintra é que estava fresquinho como um alface, em grande forma, se fosse preciso ele carregaria até uma das nossas mochilas

Reflexão: será que andar tantos dias a pedalar, massacrando o rabo no selim com o peso das mochilas, vindo a lume a fatiga, faz baixar as defesas humanas naturais, deixando a nossa personalidade, o Outro “Eu”, aparecer de quando em vez? Era a nossa vez de sermos descobertos pelas Gentes do Nosso País.
***Analisado o mapa pelo Pedro Trilhos e Pimenta Saca Saca, planeámos almoçar em Elvas, a “Cidade Monumental” que queríamos muito conhecer e que distava cerca de 57 Kms, optando por não seguir para Campo Maior, local final da etapa, íamos fugir para a fronteira sem necessidade – visitaremos estes amigos noutra altura quem sabe -o Sr. Engenheiro também já conhecia essa localidade, pelo que saímos cedo então de Portalegre, após mais uma noite bem passada. Um muito bem Haja, Ilustres Guerreiros de Portalegre, pelo caloroso acolhimento. Tomamos o pequeno almoço ali perto do Comando, no Café Ponte de Encontro. As vistas eram simplesmente estas, o bom tempo mantinha-se felizmente.
***Entramos na Nacional 246 em direcção a Elvas, não tínhamos nenhum trilho marcado nesta rota nova, passamos junto à localidade de Aronches, envoltos numa típica paisagem alentejana
***Parámos depois em Santa Eulália para o reforço do pequeno-almoço, uma vila típica alentejana, muito bonita e onde comprovamos mais uma vez o saber bem receber das nossas gentes, na conversa com os donos e clientes da mercearia.
*** Barrigas e almas revigoradas – como sempre- prosseguimos caminho para Elvas, passando S. Vicente e Ventosa, por volta do meio-dia, Elvas e o seu Castelo apresentavam-se em toda a sua imponência. Ò Elvas, Elvas, Badajoz á Vista!
***O Aqueduto da Amoreira, o maior da Península Ibérica, fez as delícias dos nossos sentidos e das nossas objectivas, principalmente do Sr. Engenheiro…..
*** A Praça da Cidade e Igreja idem.
***Tempo de procurar o Comando da PSP da Cidade, no sentido de recolher as burras e receber a indicação de um local apropriado e em conta para o almoço. Aqui deu-se um contacto único e inesquecível com um colega nosso , o Sr. Agente Principal Pereira, Combatente da Velha Guarda, nobre figura acarinhada pela população de Elvas, o qual mal ficou a par da nossa aventura e também pelo facto de sermos do Porto, local que ele nunca visitou mas que adorava conhecer, sobretudo fazer um cruzeiro pelo Rio Douro, visitando também aí amigos de longa data, tomou conta da situação por completo. Corremos meia cidade, cumprimentando meio mundo , parando num café para o respectivo aperitivo e brinde,
Ele só ficou descansado quando nos deixou no restaurante apropriado, avisando os proprietários da nossa epopeia e proveniência. SEM PALAVRAS, Amigo Pereira, um bem-haja e um grande obrigado desta malta por nos ter acarinhado desta forma. Ficaste no nosso coração pela tua humildade e altruísmo
***Almoçamos então no Restaurante O Lagar, escolhemos Carne de Porco á Alentejana e Vitela no Tacho, a sobremesa foi típica e desconhecida até então por nós, Ciricaia com Ameixa, recomendo muito, estava tudo ao mais alto nível, deu 59,25€ para 4 pessoas. Também já dava para ver o nosso bronze à moda do Porto por esta altura
***Não é novidade nenhuma, a seguir a um bom almoço, o que tem sido apanágio nesta Aventura, era tempo de relaxar um pouco ao sol . Praticar o descanso diário. O próximo destino era Juromenha e o seu Castelo, sobre o Rio Guadiana, pelo que retomamos a nossa rota.
*** Até Monsaraz seriam cerca de 65 Kms, se lá chegássemos, a etapa de vantagem mantinha-se mas não ia ser fácil. E não foi Amigos.
***Chegamos a Juromenha pela Nacional, virando depois para um trilho, num percurso sempre lindíssimo e de grandiosa vastidão, andava-se sempre perto do Rio Guadiana
***Seguiu-se por trilhos e estrada até S. Brás dos Matos, Mina do Bugalho, Rosário, local da ponte sobre a Ribeira de Lucefecit,
***No meio deste percursoe num trilho, o fotógrafo de serviço não teve “tempo” para fotos , depois de levantar umas cercas para entrar no caminho de terra, tivemos que andar a fugir de um bode que resolveu investir contra nós, não tínhamos nada que invadir propriedade alheia Amigos, o que nos safou foi que ele tinha as patas amarradas, era um safa-se quem puder Afinal deu-se razão ao Pedro Trilhos nisto das cercas mas depois deu para uma risada geral e prolongada.
***No fim de tarde, chegamos a Monte Juntos e já estávamos bastante cansados. Avistavam-se as muralhas do Castelo de Monsaraz ao longe, que se erguia em pleno Concelho de Reguengos de Monsaraz, o qual distava cerca de 20 Kms talvez mas parecia já uma eternidade. Paramos junto a um café onde estava a malta local na cavaqueira e perguntamos se havia algum sítio mais próximo para pernoitar. O dono do café, indivíduo com o seu copito a mais já por esta altura , não tem mais nada, indica-nos uma Quinta de Ingleses ali próximo e oferece-se para nos mostrar o caminho de pick-up. Ainda pensamos em tentar requisitar a Viteleira até Monsaraz mas era melhor não, se é que me faço entender .
***Seguimos a alma caridosa mas demos de caras com uma quinta com portão fechado, no meio do nada, não tínhamos outra opção que não de tentar chegar a Monsaraz a tempo e horas para organizar a nossa vida. Agradecemos o altruísmo do nosso Amigo e tomamos a direcção Monsaraz. Posso-vos dizer que foi penoso chegar a bom porto mas lá conseguimos, já de noite claro.
***E ainda tínhamos que fazer a subida até ao Castelo e que subida caros Betetistas, uma pinga dos diabos para terminar, feita à mão, já tínhamos hoje nas pernas 134 Kms….
***O problema de chegar em cima da hora e ainda por cima num local fortificado como este é que temos de arranjar as coisas á pressa mas, sem stress, havíamos de resolver a situação. Uns foram logo tratar de arranjar jantar para a malta, nem que fosse uma molga de sopa e um copo de vinho , outros tratariam de arranjar pernoita. Falamos com os proprietários da casa de Turismo Rural D. Antónia, uns dos locais de pernoita oficial da Transportugal, explicando a nossa situação, os quais fizeram uma atenção e conseguimos ficar os 4 no mesmo quarto com direito a pequeno-almoço, numa casa típica de Monsaraz, lindíssima e com uma panorâmica fenomenal – na etapa seguinte podem confirmar estas minhas apreciações com as fotos diurnas – tudo isto por 90€ a dividir pelos 4.
***O jantar é que não foi conforme estávamos habituados, quem pedala sabe que o apetite é voraz, jantamos num restaurante típico, no Xarez, foi uma tarte de galinha com sopa e salada, tipo gourmet mas era o único disponível àquela horao que já não era nada mau, a comida era boa, a envolvência também mas comia-se algo de mais substantivo, velhos hábitos , deu 54,05€ para 4 pessoas.
***Corpos cansados, a visita para o Castelo e para a foto ficava para amanhã, hoje nem a novela ia ver …

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

9º Dia - Monsaraz - Moura



Finalmente uma luz no nosso caminho!

Boas Pessoal,  chega-nos enfim a Crónica deste soberbo dia, elaborada pelo Sr. Engenheiro Pedro Cintra , ao mais alto nível como de costume. Aqui fica então:
***Após uma grande aventura da chegada a Monsaraz, andar de bicicleta à noite, escolher o caminho mais difícil para trepar os 300 m de altitude do Castelo de Monsaraz, finalmente esta espécie de cavaleiros templários fazem a sua chegada no limite dos limites.
***Após o descanso em Monsaraz, na casa D. Antónia típica de Monsaraz, turismo rural (90€) com pequeno-almoço, quarto partilhado pelos quatro, bem uns dormiram melhores do que outros, para mim ficou o chão para colocar o meu saco cama , mas quem corre por gosto não cansa...
***Como foi uma chegada à noite, ainda não tínhamos a noção aonde estávamos, logo foi uma boa surpresa acordar ao lado do Rio Guadiana e ao moderno espelho d’água da Barragem do Alqueva.
***O pequeno-almoço teve logo uma nota de 20 Valores, local bastante típico, as características de uma habitação do Alto Alentejo, em sintonia com os alimentos típicos de um pequeno-almoço Alentejano, é só para referir que cada um de nós repetiu três vezes, a senhora já estava a entrar em stress, quase acabava-mos com o pão que ela tinha para todos hóspedes… os atletas têm que comer…
***Seguiu-se uma visita ao imponente Castelo e respectivos panorâmicas.
***O nosso objectivo para esse dia era chegar a Moura, para já tínhamos que ir almoçar à Nova Aldeia da Luz.
***Foi uma surpresa quando lá chegamos, nesse dia a aldeia estava em festa, um passeio a cavalo, isto é, cada um lá dos locais tem o seu cavalo, aqui nas grandes cidades o pessoal junta-se nas concentrações de motas, lá é em concentrações de cavalos, foi interessante ver aquele fenómeno típico do interior…
***A escolha do restaurante também não foi difícil, café da Lousa era o único disponível para almoçarmos… mas teve também nota de 20 valores, umas bifanas para todos com direito a bata frita e arroz e salada, foi comer até não dar mais, tínhamos que repor combustível para chegar a Moura, e o mais surpreendente foi o preço (27€ / 4 pessoas), bem estava a esquecer foi mais a fatia de melão e o café! Também deu para conversar um pouco com a Dona do café sobre a situação de quase esquecimento desta Nova Aldeia, das memórias colectivas, da falta de investimento no turismo, etc...
***A caminho de Moura tivemos que ir ver o nosso orgulho da coroa, a Barragem do Alqueva, deu mais uns quilómetros para as nossas pernas, mas valeu a pena…
***Moura já estava perto, mais outro prémio de Montanha à chegada, fomos directos à Esquadra da PSP de Moura, onde fomos altamente bem recebidos, garagem para colocar as bicicletas, e uma alta camarata com camas para todos, já não precisei dormir no chão.
***Após ao banho, era a hora da janta, recaiu a escolha na churrascaria Borralhinha, junto à Esquadra, frango assado, (29,60€ / 4 pessoas), podia ter sido melhor, faltava alguma logística… Por isso tivemos que ir comer a sobremesa a outro lado , foi por um gelado para cada um, é sempre necessário açúcar para pedalar!
***Agora é a hora do descanso, no dia seguinte tínhamos que chegar a Castro Verde.

Pedro Cintra

10º Dia - Moura - Castro Verde




Que rica sombrinha.
Mais um dia no Alentejo.

*** Caros Betetistas, Longos dias têm uma Travessia, no nosso caso, longos 9 dias e longos 744 Kms vencidos. Alguns Aventureiros visualizavam de quando em vez o mapa sagrado, na esperança e tentativa de encolher o destino traçado, ganhando mais ânimo nas distâncias a serem percorridas. Em vão


*** O objectivo final do dia seria Castro Verde, na região do Baixo Alentejo, “uma janela sobre a planície”, íamos finalmente flectir para o interior do País. Como de costume, após uma boa noite de sono na PSP de Moura – bem hajam Companheiros de Moura pelo altruísmo demonstrado – saímos bem cedo de Moura, tomando a Estrada para Brinches.
*** Esta foi uma etapa definitivamente marcada pela matriz da estrada e paisagem tipicamente alentejana, revelando-se em todo o seu esplendor,
Contudo também desgastante em termos psicológicos, a estrada parece que nunca mais acaba, outrossim nos confidenciava tal facto, uma linha férrea deixada ao acaso.
*** Outros havia que já deviam estar atrasados para uma qualquer concentração épica de Motards.
*** Confluindo em trilho para o IP8, as pontes sobre o Rio Guadiana erguiam-se silenciosas e imponentes,
Para logo atravessar um tímido e envergonhado, outrora colorido, campo de girassóis
*** Por esta altura, algumas almas mais atentas já reclamavam por nutrientes mais revigorantes. Chegamos à tranquilidade da freguesia de Quintos,
Assentamos logo ali no restaurante O Retiro dos Caçadores,
Degustamos um guisado de frango com feijão verde, deu 39,25€ para os 4 pessoas, as almas inquietas estavam saciadas, cada Guerreiro aproveitava o seu merecido descanso conforme lhe apetecia, assim dita a Liberdade e Democracia.
*** No entanto, era tempo de pôr as mochilas a caminho. Prosseguimos por estrada, a freguesia de Cabeça Gorda saudava a nossa passagem. Uma epifania revelava-se agora pela primeira vez .
*** Continuando pelo IP2, Albernoa olhava-nos, altiva e sobranceira.
Corpos escaldados e já ávidos de descanso, chegamos a Castro Verde, uma vila muito apelativa e acolhedora.
*** Localizado o sagrado templo dos Guerreiros – a GNR de Castro Verde – foi-nos dado um salvo conduto para essa noite ( Obrigado por tudo Bravos Combatentes, pela vossa empatia e amizade demonstrada ).
*** Recomendava-se para o Jantar, Francesinha à moda de Castro Verde, na Adega Folia, na Praça da República. Prato talvez trazido de outras paragens, mais a Norte, fomos surpreendidos pelo resultado final, difeferente mas recomenda-se, deu 34,40€ para os 4.
*** Na segurança e conforto das muralhas, era agora tempo de disputar os lugares adequados nos beliches, uma sã disputa Amigos em tempo de dias difíceis e conflitos modernos. Amanhã era outro dia. Mais um dia.

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

11º Dia - Castro Verde - Odemira




Os preparativos para uma grande actuação!

*** Caros Amigos, pelas nossas contas, faltavam-nos 2 dias para o Objectivo Sagres e o nosso mergulho da consagração na Praia da Mareta. Só 2 dias! Mas ainda 2 dias….


*** Dúvida Cartesiana: Quem é que por esta altura não estava muito fatigado? Com o rabo assado? Dores nas costas e nos ombros? Fartos de carregar uma certa mochila? Pernas que mais se pareciam com troncos rijos em madeira? Desgastado psicologicamente com tantos dias passados e vividos em cima de uma bicicleta? Com saudades de casa e com tudo o que isso implica? Bem, em abono da verdade, olhávamos respeitosamente para o “Sr. Engenheiro” e ele parecia mais fresco que um alface , só queria era trilhos, este rapaz não é deste planeta! Pensava eu com os meus botões: Já devia ter idade e juízo para não me meter numa aventura destas…. ! Mas, nestes breves momentos de fraqueza, a minha memória percorria livremente os acontecimentos passados, os locais e pessoas do meu País já visitados, o contacto com a pura natureza em Serras de beleza inigualável, o evento inesperado, a amizade mais que reforçada, deduzia então que era esta a verdadeira essência e beleza do BTT, diria mais, a essência das nossas efémeras vidas!
*** Feito o humilde desabafo , era tempo de prosseguir viagem. O descanso regular e uma boa noite de sono são fundamentais, como todos sabemos, para levar uma epopeia destas a bom porto, o caloroso acolhimento pela GNR de Castro Verde não foi excepção à regra, mais uma noite bem passada – muito obrigado Nobres e Bravos Guerreiros deste País pelo vosso apoio. Bem hajam
*** Hoje ia ser mais um dia bem de calor, como tem sido apanágio desta Travessia. Era também uma etapa de transição da planície e o destino seria Odemira. O pequeno almoço reforçado foi tomado na Pastelaria Constantinos, bem perto da GNR,
***Saímos por estrada de Castro Verde em direcção á freguesia de Casével, até à estação de Ourique, com a sua configuração típica, a quantidade enorme de andorinhas pousadas nos fios dos postes faziam lembrar um certo filme de Hitchcock
Era melhor abalar dali para fora . Cruzamos logo ali o IC1, por um túnel e entramos em trilhos rolantes, uma fase do percurso de beleza rara visto andarmos sempre perto do rio e com o seu expoente máximo na Albufeira de Monte da Rocha e invulgar “garrafão”
*** Aproveitamos para o primeiro reforço do dia e desfrutar livremente do silêncio ensurdecedor e da singular paisagem da barragem.
*** Baterias mais que recarregadas, continuamos por estrada, entrando na N123, até à acolhedor freguesia de Garvão, local escolhido para o almoço.
Como facto curioso, daqui foi natural José Júlio da Costa, conhecido por alvejar mortalmente o então Presidente de república, Sidónio Pais. A operação merecia cuidados redobrados
*** Demos com o Café Restaurante Martins, onde fomos recebidos calorosamente pela proprietária, uma senhora de meia-idade, imigrante de Leste (cujo nome não anotei no meu bloco, falha imperdoável ), com quem tivemos em amena cavaqueira. O almoço recomendado pela mesma foi dobrada com feijão branco o que deu 30€ para os 4, estava no ponto sem dúvida.
Barrigas saciadas, era tempo do já sabem-do-que-estou-a-falar: DESCANSO
*** O relógio não perdoa e, apesar do calor intenso que se fazia sentir, tínhamos de chegar a Odemira dentro do tempo para tratar da logística, pelo que retomamos caminho pela R389 até perto de perto de Santa Luzia, na nacional 263 em direcção a Relíquias e com passagem por Bemposta, quase a chegar a Odemira, local onde predominava uma paisagem com bastante relevo e vegetação verdejante. Da parte da estrada alguém se esqueceu de tirar fotos mas já da última “soneca” no lanche, fotos é que não faltaram
*** Pelas 17H, estávamos às portas de Odemira - “O Alentejo num só Concelho” -
Entramos na vila, passando pelo quartel dos Bombeiros Voluntários, em subida, para descer de forma bem rápida e acentuada para o Posto da GNR, situado bem no coração da mesma, decidimos tentar primeiro nesta Força de Segurança. Não tivemos sorte desta vez, não havia espaço disponível para nós pois só havia uma camarata e estava toda ocupada – trabalho é trabalho e conhaque é conhaque, agradecimentos feitos aos Nobres Guerreiros, levamos com nova e penosa subida até aos Bombeiros novamente .
*** Estabelecemos contacto com o Sr. Comandante dos Bombeiros Voluntários de Odemira que nos transmitiu o seguinte: em virtude de haver reforço de meios nesta época para o combate aos fogos, tinha os aposentos também cheios, contudo o pavilhão em frente ao quartel, que lhes pertencia e no qual tinha sido realizado no dia anterior um casamento, estava vazio. Não tinha era camas, quanto mais camaratas, havia lá um palco e o denominado chão duro Para estes Humildes Viajantes, até era luxo a mais, pelo que não podíamos recusar tamanha consideração . Muito Obrigado a todos Vós Valentes Combatentes da Paz de Odemira.
*** Depois de devidamente acomodados, fomos até ao centro, jantamos num restaurante que fica por trás do Tribunal, num largo, e para o jantar desta vez a escolha recaiu num peixinho para todos. Estava óptimo.
*** Depois de uma caminhada, era tempo de regressar à nossa suite. A actuação teatral deste Grupo Itinerante Amador não terá plateia. Terá sim um plano duro para mais tarde recordar

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

Dia 12 - Odemira - Odeceixe - Aljezur




Finalmente avistámos o mar.














Dia 13, Jornada da consagração - Aljezur - Sagres







Conseguimos enfim chegar vivos e de boa saúde...... a Sagres depois de mais de 1000 kms a pedalar.






O filme do regresso A CASA é que foi outra aventura mas podemos vos adiantar que já conseguimos passar a fronteira para os lados da Invicta!

Últimos Preparativos para a Grande Aventura.



***Pois é, Aqui estamos, Quinta feira, os respectivos donos dos dorsais seguem da parte da manhã até á cidade de Bragança, via Rede Expresso, ficando para pernoitar no Comando Distrital da PSP - a cujo ilustres responsáveis desde já agradecemos e também ao nosso colega Vaz da 18ª que tratou de fazer a respectiva ponte - para no dia seguinte dar então início à nossa aventura, 14 dias para mim, o Pedro trilhos e o Pimenta Saca Saca, 3 dias para a Sónia Pimentinha e Sérgio Fugas, 1 dia para o Tone Riqueza, (mais do que isso e davam em malucos só de nos aturar!).
***Nos 2 primeiros dias (Sendim e Freixo Espada A Cinta), já resolvemos o assunto das dormidas, ficaremos em pensões, depois logo se verá.....
*** A logística não foi esquecida e o Vítor, irmão do Fugas, acompanhado do atleta internacional Manel Xinateiro, irão ter a grande amabilidade de fazer o transporte das Bikes na carrinha do primeiro, ao fim do dia - nos autocarros, Alfas, aviões, burras só devidamente acondicionadas (ainda estamos por resolver o nosso regresso a casa mas isso é outra estória!!!), assunto que será resolvido com um aperitivo de uma sandes de queijo e um copo de vinho para cada um!
***Hora de fazer contas à vida para todos e de rever a lista do material necessário, alguns a poupar ao máximo no peso a levar na mochila e, quando digo ao máximo, é a grama certa meus amigos, tipo mini champoos, mini sabonetes, mini tubos de pasta de dentes, etc....., outros a ter que cortar nos haveres a levar para 14 dias a pedalar, a fazerem contas para não se esquecerem de nada, o Pimenta já foi avisado de que não pode levar o frigorífico com ele!
***Quanto a mim, dou-vos uma perspectiva do antes e depois da minha mochila, já com alguns cortes substanciais, por exemplo o saco cama vai ter que ir amarrado ao espigão da minha bike - sim mochila pois utilizar os alforges para o tipo de trilhos que vamos percorrer (85% em monte) não seria certamente a solução mais adequada!
***Uma coisa é certa, vamos com a mente cheia de alegria e regressaremos (como não sei, talvez com os nossos esqueletos esfarrapados - o que vai dar jeito a alguns para perderem alguns quilos, quanto a mim o visual não mudará muito :) ) mas com uma vivência única e inesquecível de uma boa parte do nosso Portugal!
Bem hajam.


Sousa "Trepador"



***Já com duas viagens fantásticas e inesquecíveis efectuadas de BTT a Santiago de Compostela, uma pelo Caminho Português e outra pela Via da Prata, em 3 dias cada, épicas no espírito de fé, amizade, camaradagem, sacrifício e contacto directo com a natureza pura, com o grande senão de ter que cumprir os prazos estabelecidos (alojamentos, dias de folgas, distâncias diárias a serem cumpridas, etc...), fiquei realmente fã deste tipo de aventuras e trajectos.
***Eis porém que surge um desafio por parte dos meus Amigos, destas e outras andanças, Pedro Trilhos, Sérgio Fugas e Pimenta Saca Saca, de efectuar esta Travessia de 1100 Kms sensivelmente, em autonomia total ( ou quase, dormidas a serem improvisadas na hora), em período de férias, no mês de Setembro (2ª quinzena), em 13-15 dias, sem qualquer stress de tempos nem prazos a cumprir mas antes a desfrutar em pleno do nosso Portugal. O objectivo é mesmo esse, pedalar com o auxílio do GPS, todos os dias, fazendo claro os Kms mínimos necessários e com o objectivo de chegar a bom porto, mas sempre com o espírito de férias e não de obrigação em acabar algo, dando-nos a possibilidade de conhecer as nossas aldeias, cidades, gentes de Portugal e estórias por esse país fora.
***80 a 90% dos caminhos vão ser por trilhos, alguns percursos completamente isolados, enfim , tudo isto em autonomia total e com capacidade diária de improviso, estão a ver a nossa aventura Amigos…. Desde que haja tacho, antes, durante e no fim do percurso, penso que tudo estará sanado e correrá bem……
***Enfim, prevejo uma caminhada magnífica e única, de BTT Puro e de descoberta pessoal destes Xouriços do Bike17Eco. A estória desta Aventura (imprevisível no seu desfecho) como não poderia deixar de ser, será partilhada com vocês aqui no nosso Blog, dia-a-dia se possível.

Trepador
Travessia de Portugal lazer
Transportugal (Travessia com carácter competitivo)

PS. Para abrir o apetite da malta,

fica o link de algumas fotos de locais e

serras carismáticas por onde deveremos passar.



Fotos deste Passeio