... em actualização

3º dia - Freixo de Espada-à-Cinta - Almeida



domingo, 19Set2010

Mais um dia de Sol na zona do Douro Internacional , que mais para a tarde aqueceu bem e transformou-se em mais uma dificuldade, juntando-se às dificuldades topográficas do dia, definitivamente um dos mais difíceis a este nível.
Inicio logo a subir, com paragem no meio de umas vinhas, para tomarmos o pequeno-almoço (que trazíamos connosco), com um agricultor a vir ter connosco para verificar se estávamos a comer as uvas dele “Ah estão a comer maçã!! Então, está bem…”. (Devia ficar mais pobre se lhe comêssemos um cacho de uvas. De certeza que quando vai pedir o subsidio para apoio à agricultura, não se importa que sejamos nós a descontar para ele…).
Continuamos a subir para o penedo Durão, o ponto mais espectacular desta travessia, onde se pode admirar as vistas, com os abutres a começar a pairar sobre nós, como se esperass alguma coisa…
Seguimos na direcção do almoço que seria em Barca D´Alva, com a espectacular passagem pela Calçada de Alpajares (ou Calçada do Diabo) e Calçada de Stª Ana.
Almoço em Barca D´Alva no restaurante Bago de Ouro Gourmet, muito fraco, batatas contadas (para aí umas 3 a cada um), pedaços de carne contados e até os palitos só deu três. Enfim restaurante muto pouco recomendável.
Depois do almoço com o calor a apertar começamos logo a subir, com os abutres ainda a pairar e a começarem a afiar o bico, até chegarmos ao alto da sapinha, com a subida já quase feita, onde (contra a minha vontade claro...) apanhamos boleia de uma "viteleira" (carrinha Dyna de caixa aberta), até perto de Castelo Rodrigo, de onde continuamos, com passagem pelo topo do Castelo, até Almeida.
Em Almeida, despedimos-nos da Sónia e do Sérgio, que foram acabar as férias a apanhar sol em Palma.
Pernoitamos nas camaratas do Posto da GNR, onde nos deixaram atenciosamente ficar, como já tinha ficado combinado pelo telefone no dia anterior. Camaratas com poucas condições muito idênticas às que temos cá no Comando do Porto na maioria das Esquadras, mas que pelo menos a mim, devido ao cansaço, não me fez diferença nenhuma.

Pedro "Trilhos"
_______________//_____________

***Hoje tínhamos pela frente uma das etapas consideradas das mais duras mas também das mais bonitas. Era a Etapa do Douro por excelência com os principais atractivos, a Subida ao Penedo Durão, Poiares a Barca D´alva eram 15 Kms, 10 a descer em zonas perigosas e com ravinas (Calçada de Alpajares), de Barca D´Alva até Figueira Castelo Rodrigo eram 20 Kms a subir e bem duros, ainda faltavam 21 kms até Almeida.


***E tornar-se-ia ainda mais dura pois algum cansaço físico da malta já era evidente. Sobretudo dado o peso das mochilas. Pessoalmente, já me queixava um pouco das assaduras no traseiro mas não era necessário recorrer ao Halibut, para já. A Sónia também já acusava algumas dores no joelho, nas subidas principalmente, contudo, qual Bravo Guerreira Lusitana, já tinha concretizado 2/3 do percurso, fazendo a sua estreia em trilhos, logo com uma maratona de quase 100 kms no primeiro dia e outra de 66 kms no segundo, não se daria como vencida por esta última dificuldade. De referir que era o último dia para o Sérgio e a Sónia, ficam por Almeida, no dia seguinte o destino de férias era outro, bem mais quente e não tão cansativo.

***Saímos cedo, pelas 07H00 e, como era Domingo, não havia nada aberto para o pequeno almoço, pelo que iniciamos o trilho saindo de Freixo e tomamos o pequeno almoço nos campos agrícolas, rodeados pela natureza, querem melhor do que isto Amigos? Um agricultor avistou-nos e veio confirmar se estávamos a ter um repasto das suas uvas, saiu descansado. Se fossem amoras, não teria tanto a certeza .

***Optamos por seguir pela estrada até ao topo do Penedo Durão, local do famoso Miradouro (e que local), uma boa subida para aquecer os ossos ressequidos destes Atletas, a vista melhorava a cada metro percorrido, autênticas telas celestiais, espíritos e almas em plena comunhão com a mãe natureza. Tal era a contemplação que o Pedro Trilhos esqueceu-se de tirar os pés dos pedais de encaixe e espalhou-se ao comprido na estrada Sem consequências Amigos.

*** Já no topo da subida, avistamos os primeiros abutres, existindo naquele local um alimentador oficial de abutres, encerrado provisoriamente, Contudo, o Trilhos bem nos tentou arranjar o almoço.

*** Ficamos na dúvida quanto ao Miradouro pois não havia mais indicações, logo depois do alimentador, viramos à direita pelo trilho marcado no GPS e a panorâmica do lado Português era a seguinte .

***Também já se avistavam os majestosos abutres nos céus, quiçá espreitando a oportunidade de alguns destes Amigos se deixar vencer pelo cansaço.

*** Mas ficamos com a pulga na orelha, voltamos para trás, descemos cerca de 150 metros e aí, sim, demos com o famoso Miradouro do Penedo Durão, com vista para a Barragem de Soucelhe e com a estátua da Nossa Senhora do Douro a contemplar o Rio.

Caros Amigos, é comum dizer-se que uma imagem vale mais do que mil palavras. E deve ter sido a pensar neste lugar pois conhecemos um dos lugares, em Portugal, com uma das paisagens mais belas e incríveis do MUNDO, sem qualquer tipo de patriotismo exacerbado. Têm de ver e constatar com os vossos próprios olhos, é o que vos aconselho. O êxtase era total.

***Tudo tem um fim pelo que tivemos que retomar caminho, as baterias estavam carregadas ao máximo, entrando novamente no trilho, passamos pela aldeia de Poiares e seguimos a indicação da Calçada de Alpajares, outro dos ex-líbris da Travessia.

***Demos com a Calçada pelo trilho do GPS, uma calçada altamente técnica, o peso das mochilas também não ajudava, mas dava para descer em cima da burra. A paisagem rochosa engolia-nos a cada metro da descida. Porém, não a devemos ter feito na totalidade pois, na descida depois de Poiares, passamos por um placa a indicar a mesma, optamos pela indicação do GPS.

***Acabamos a descida na Ponte Santa Ana, subimos apeados outra calçada e depois era sempre por estrada, em descida bem rápida, quase até à Ponte Almirante Sarmento Rodrigues, porta de entrada para Barca D´Alva, localidade que eu já conhecia, onde chegamos pelas 12H00, mesmo na horinha certa para o reforço do dia. E será que vai ser hoje que vou fazer a estreia do meu TANGO????

*** Não havendo muito por onde escolher, o almoço foi ao calha, no restaurante Bago de Ouro Gourmet, comemos lombo assado, o que deu 33,90 € / 5 pessoas.

E meus amigos, tenho de dar uma nota altamente negativa ao restaurante, as doses eram minúsculas, até os palitos eram contados, não fez jus à boa tradição portuguesa do comer e beber bem. Nem tudo foi mau e passados quase 3 dias, consegui o meu doping habitual.

*** Barrigas a meia gás, tínhamos uma das grandes dificuldades do dia, a subida de Barca D´Alva até Figueira de Castelo Rodrigo. Com o calor a apertar. Optamos por não seguir o trilho e ir por estrada. Chegamos ao Alto da Sapinha, a cerca de 6 Kms de Barca D´Alva e onde existe um Miradouro, já bastante desgastados fisicamente. A subir notava-se bem mais a mochila. A Sónia também já se queixava bastante do joelho. Para os restantes, eram as mazelas do costume, ai as minhas costas, ai o selim e tal Até Figueira de Castelo Rodrigo ainda nos faltavam 16 Kms, fora os restantes 22 kms para Almeida. Esta etapa tinha tanto de beleza como de dureza realmente.

*** Qual sinal divino meus amigos, eis que surgiu no horizonte uma “Viteleira”, mesmo feito à nossa medida , Milagre este que não podíamos recusar, toca a marchar até mesmo à entrada de Figueira Castelo Rodrigo (localidade que já conhecia), o que nos safou o dia em termos físicos e temporais diga-se de passagem. Ah Bravas Viteleiras deste país!

*** Seguiu-se a subida íngreme até ao Castelo de Figueira, com respectiva visita e vista monumental sobre a planície, aí fizemos um lanche improvisado.

*** Apesar do bónus da “Viteleira”, o cansaço acumulado dos dias anteriores reflectia-se na malta pelo que os restantes kms finais até Almeida foram um pouco difíceis mas, no entanto, ao chegar ao objectivo do dia, a sensação de dever cumprido e de satisfação era evidente ***Direcção Posto da GNR de Almeida, onde os colegas já contavam com a nossa chegada e nos receberam ao mais alto nível, como não podia deixar de ser, disponibilizando-nos os banhos quentes e lavagem de bikes. Bem Hajam Nobres Guerreiros Hoje ia ser a nossa estreia em camaratas.

*** Nem tudo eram rosas. Acabava por aqui a fantástica saga da Sónia e do Sergio, super mega atletas do Bike17Eco, pois o Vita vinha buscá-los a Almeida, amanhã o destino de ferias seria outro, bem mais quente e menos cansativo

Amigos, para nós, foi um orgulho e prazer imenso acompanhar-vos nesta Aventura, podendo disfrutar da vossa boa disposição e da vossa coragem, testemunhando o vosso ânimo em aceitar juntar-vos a três malucos. Esta Travessia sem vocês não teria tido o mesmo sabor. Bem Hajam.

***Refeitos das emoções fortes, visitamos o Castelo de Almeida, monumento de configuração singular e que se encontra incluído na Grande Rota das Aldeias Históricas(GR22).

*** Na sequência do passeio, a fome já apertava, o jantar foi no restaurante a Tertúlia, comemos Bacalhau á Brás, 39,50€ / 3 pessoas, estava muito bom, foi aprovado.

*** Corpos fatigados e já enrolados nos respectivos sacos camas, na camarata, era tempo de cada um voar livremente sobre o Penedo Durão.....

1 comentários:

Joao Mouteira disse...

Deixai de pensar só no tacho, Já estou mesmo a ver que vão cá chegar tipo vacas prenhas. Força nas canetas.Novidades de última hora: O Sócrates aumentou-nos o ordenado em 70%.