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11º Dia - Castro Verde - Odemira




Os preparativos para uma grande actuação!

*** Caros Amigos, pelas nossas contas, faltavam-nos 2 dias para o Objectivo Sagres e o nosso mergulho da consagração na Praia da Mareta. Só 2 dias! Mas ainda 2 dias….


*** Dúvida Cartesiana: Quem é que por esta altura não estava muito fatigado? Com o rabo assado? Dores nas costas e nos ombros? Fartos de carregar uma certa mochila? Pernas que mais se pareciam com troncos rijos em madeira? Desgastado psicologicamente com tantos dias passados e vividos em cima de uma bicicleta? Com saudades de casa e com tudo o que isso implica? Bem, em abono da verdade, olhávamos respeitosamente para o “Sr. Engenheiro” e ele parecia mais fresco que um alface , só queria era trilhos, este rapaz não é deste planeta! Pensava eu com os meus botões: Já devia ter idade e juízo para não me meter numa aventura destas…. ! Mas, nestes breves momentos de fraqueza, a minha memória percorria livremente os acontecimentos passados, os locais e pessoas do meu País já visitados, o contacto com a pura natureza em Serras de beleza inigualável, o evento inesperado, a amizade mais que reforçada, deduzia então que era esta a verdadeira essência e beleza do BTT, diria mais, a essência das nossas efémeras vidas!
*** Feito o humilde desabafo , era tempo de prosseguir viagem. O descanso regular e uma boa noite de sono são fundamentais, como todos sabemos, para levar uma epopeia destas a bom porto, o caloroso acolhimento pela GNR de Castro Verde não foi excepção à regra, mais uma noite bem passada – muito obrigado Nobres e Bravos Guerreiros deste País pelo vosso apoio. Bem hajam
*** Hoje ia ser mais um dia bem de calor, como tem sido apanágio desta Travessia. Era também uma etapa de transição da planície e o destino seria Odemira. O pequeno almoço reforçado foi tomado na Pastelaria Constantinos, bem perto da GNR,
***Saímos por estrada de Castro Verde em direcção á freguesia de Casével, até à estação de Ourique, com a sua configuração típica, a quantidade enorme de andorinhas pousadas nos fios dos postes faziam lembrar um certo filme de Hitchcock
Era melhor abalar dali para fora . Cruzamos logo ali o IC1, por um túnel e entramos em trilhos rolantes, uma fase do percurso de beleza rara visto andarmos sempre perto do rio e com o seu expoente máximo na Albufeira de Monte da Rocha e invulgar “garrafão”
*** Aproveitamos para o primeiro reforço do dia e desfrutar livremente do silêncio ensurdecedor e da singular paisagem da barragem.
*** Baterias mais que recarregadas, continuamos por estrada, entrando na N123, até à acolhedor freguesia de Garvão, local escolhido para o almoço.
Como facto curioso, daqui foi natural José Júlio da Costa, conhecido por alvejar mortalmente o então Presidente de república, Sidónio Pais. A operação merecia cuidados redobrados
*** Demos com o Café Restaurante Martins, onde fomos recebidos calorosamente pela proprietária, uma senhora de meia-idade, imigrante de Leste (cujo nome não anotei no meu bloco, falha imperdoável ), com quem tivemos em amena cavaqueira. O almoço recomendado pela mesma foi dobrada com feijão branco o que deu 30€ para os 4, estava no ponto sem dúvida.
Barrigas saciadas, era tempo do já sabem-do-que-estou-a-falar: DESCANSO
*** O relógio não perdoa e, apesar do calor intenso que se fazia sentir, tínhamos de chegar a Odemira dentro do tempo para tratar da logística, pelo que retomamos caminho pela R389 até perto de perto de Santa Luzia, na nacional 263 em direcção a Relíquias e com passagem por Bemposta, quase a chegar a Odemira, local onde predominava uma paisagem com bastante relevo e vegetação verdejante. Da parte da estrada alguém se esqueceu de tirar fotos mas já da última “soneca” no lanche, fotos é que não faltaram
*** Pelas 17H, estávamos às portas de Odemira - “O Alentejo num só Concelho” -
Entramos na vila, passando pelo quartel dos Bombeiros Voluntários, em subida, para descer de forma bem rápida e acentuada para o Posto da GNR, situado bem no coração da mesma, decidimos tentar primeiro nesta Força de Segurança. Não tivemos sorte desta vez, não havia espaço disponível para nós pois só havia uma camarata e estava toda ocupada – trabalho é trabalho e conhaque é conhaque, agradecimentos feitos aos Nobres Guerreiros, levamos com nova e penosa subida até aos Bombeiros novamente .
*** Estabelecemos contacto com o Sr. Comandante dos Bombeiros Voluntários de Odemira que nos transmitiu o seguinte: em virtude de haver reforço de meios nesta época para o combate aos fogos, tinha os aposentos também cheios, contudo o pavilhão em frente ao quartel, que lhes pertencia e no qual tinha sido realizado no dia anterior um casamento, estava vazio. Não tinha era camas, quanto mais camaratas, havia lá um palco e o denominado chão duro Para estes Humildes Viajantes, até era luxo a mais, pelo que não podíamos recusar tamanha consideração . Muito Obrigado a todos Vós Valentes Combatentes da Paz de Odemira.
*** Depois de devidamente acomodados, fomos até ao centro, jantamos num restaurante que fica por trás do Tribunal, num largo, e para o jantar desta vez a escolha recaiu num peixinho para todos. Estava óptimo.
*** Depois de uma caminhada, era tempo de regressar à nossa suite. A actuação teatral deste Grupo Itinerante Amador não terá plateia. Terá sim um plano duro para mais tarde recordar

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

1 comentários:

Joao Mouteira disse...

Tudo peladão, espero que não andem por maus caminhos ou será que alguém saíu do armário.Guardem as forças para o que falta e deixem-se de poucas vergonhas.