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8º Dia - Portalegre - Elvas - Monsaraz




Ó Elvas, Ó Elvas, Badajoz à vista!!!!!

*** Caros Amigos, 535 Kms já efectuados! Íamos sensivelmente a meio do percurso e estávamos um dia adiantado. Quedas e avarias graves, zero até à data, as mazelas eram as do costume, a disposição era como sempre excelente, estávamos de férias. O Sr. Engenheiro Cintra é que estava fresquinho como um alface, em grande forma, se fosse preciso ele carregaria até uma das nossas mochilas

Reflexão: será que andar tantos dias a pedalar, massacrando o rabo no selim com o peso das mochilas, vindo a lume a fatiga, faz baixar as defesas humanas naturais, deixando a nossa personalidade, o Outro “Eu”, aparecer de quando em vez? Era a nossa vez de sermos descobertos pelas Gentes do Nosso País.
***Analisado o mapa pelo Pedro Trilhos e Pimenta Saca Saca, planeámos almoçar em Elvas, a “Cidade Monumental” que queríamos muito conhecer e que distava cerca de 57 Kms, optando por não seguir para Campo Maior, local final da etapa, íamos fugir para a fronteira sem necessidade – visitaremos estes amigos noutra altura quem sabe -o Sr. Engenheiro também já conhecia essa localidade, pelo que saímos cedo então de Portalegre, após mais uma noite bem passada. Um muito bem Haja, Ilustres Guerreiros de Portalegre, pelo caloroso acolhimento. Tomamos o pequeno almoço ali perto do Comando, no Café Ponte de Encontro. As vistas eram simplesmente estas, o bom tempo mantinha-se felizmente.
***Entramos na Nacional 246 em direcção a Elvas, não tínhamos nenhum trilho marcado nesta rota nova, passamos junto à localidade de Aronches, envoltos numa típica paisagem alentejana
***Parámos depois em Santa Eulália para o reforço do pequeno-almoço, uma vila típica alentejana, muito bonita e onde comprovamos mais uma vez o saber bem receber das nossas gentes, na conversa com os donos e clientes da mercearia.
*** Barrigas e almas revigoradas – como sempre- prosseguimos caminho para Elvas, passando S. Vicente e Ventosa, por volta do meio-dia, Elvas e o seu Castelo apresentavam-se em toda a sua imponência. Ò Elvas, Elvas, Badajoz á Vista!
***O Aqueduto da Amoreira, o maior da Península Ibérica, fez as delícias dos nossos sentidos e das nossas objectivas, principalmente do Sr. Engenheiro…..
*** A Praça da Cidade e Igreja idem.
***Tempo de procurar o Comando da PSP da Cidade, no sentido de recolher as burras e receber a indicação de um local apropriado e em conta para o almoço. Aqui deu-se um contacto único e inesquecível com um colega nosso , o Sr. Agente Principal Pereira, Combatente da Velha Guarda, nobre figura acarinhada pela população de Elvas, o qual mal ficou a par da nossa aventura e também pelo facto de sermos do Porto, local que ele nunca visitou mas que adorava conhecer, sobretudo fazer um cruzeiro pelo Rio Douro, visitando também aí amigos de longa data, tomou conta da situação por completo. Corremos meia cidade, cumprimentando meio mundo , parando num café para o respectivo aperitivo e brinde,
Ele só ficou descansado quando nos deixou no restaurante apropriado, avisando os proprietários da nossa epopeia e proveniência. SEM PALAVRAS, Amigo Pereira, um bem-haja e um grande obrigado desta malta por nos ter acarinhado desta forma. Ficaste no nosso coração pela tua humildade e altruísmo
***Almoçamos então no Restaurante O Lagar, escolhemos Carne de Porco á Alentejana e Vitela no Tacho, a sobremesa foi típica e desconhecida até então por nós, Ciricaia com Ameixa, recomendo muito, estava tudo ao mais alto nível, deu 59,25€ para 4 pessoas. Também já dava para ver o nosso bronze à moda do Porto por esta altura
***Não é novidade nenhuma, a seguir a um bom almoço, o que tem sido apanágio nesta Aventura, era tempo de relaxar um pouco ao sol . Praticar o descanso diário. O próximo destino era Juromenha e o seu Castelo, sobre o Rio Guadiana, pelo que retomamos a nossa rota.
*** Até Monsaraz seriam cerca de 65 Kms, se lá chegássemos, a etapa de vantagem mantinha-se mas não ia ser fácil. E não foi Amigos.
***Chegamos a Juromenha pela Nacional, virando depois para um trilho, num percurso sempre lindíssimo e de grandiosa vastidão, andava-se sempre perto do Rio Guadiana
***Seguiu-se por trilhos e estrada até S. Brás dos Matos, Mina do Bugalho, Rosário, local da ponte sobre a Ribeira de Lucefecit,
***No meio deste percursoe num trilho, o fotógrafo de serviço não teve “tempo” para fotos , depois de levantar umas cercas para entrar no caminho de terra, tivemos que andar a fugir de um bode que resolveu investir contra nós, não tínhamos nada que invadir propriedade alheia Amigos, o que nos safou foi que ele tinha as patas amarradas, era um safa-se quem puder Afinal deu-se razão ao Pedro Trilhos nisto das cercas mas depois deu para uma risada geral e prolongada.
***No fim de tarde, chegamos a Monte Juntos e já estávamos bastante cansados. Avistavam-se as muralhas do Castelo de Monsaraz ao longe, que se erguia em pleno Concelho de Reguengos de Monsaraz, o qual distava cerca de 20 Kms talvez mas parecia já uma eternidade. Paramos junto a um café onde estava a malta local na cavaqueira e perguntamos se havia algum sítio mais próximo para pernoitar. O dono do café, indivíduo com o seu copito a mais já por esta altura , não tem mais nada, indica-nos uma Quinta de Ingleses ali próximo e oferece-se para nos mostrar o caminho de pick-up. Ainda pensamos em tentar requisitar a Viteleira até Monsaraz mas era melhor não, se é que me faço entender .
***Seguimos a alma caridosa mas demos de caras com uma quinta com portão fechado, no meio do nada, não tínhamos outra opção que não de tentar chegar a Monsaraz a tempo e horas para organizar a nossa vida. Agradecemos o altruísmo do nosso Amigo e tomamos a direcção Monsaraz. Posso-vos dizer que foi penoso chegar a bom porto mas lá conseguimos, já de noite claro.
***E ainda tínhamos que fazer a subida até ao Castelo e que subida caros Betetistas, uma pinga dos diabos para terminar, feita à mão, já tínhamos hoje nas pernas 134 Kms….
***O problema de chegar em cima da hora e ainda por cima num local fortificado como este é que temos de arranjar as coisas á pressa mas, sem stress, havíamos de resolver a situação. Uns foram logo tratar de arranjar jantar para a malta, nem que fosse uma molga de sopa e um copo de vinho , outros tratariam de arranjar pernoita. Falamos com os proprietários da casa de Turismo Rural D. Antónia, uns dos locais de pernoita oficial da Transportugal, explicando a nossa situação, os quais fizeram uma atenção e conseguimos ficar os 4 no mesmo quarto com direito a pequeno-almoço, numa casa típica de Monsaraz, lindíssima e com uma panorâmica fenomenal – na etapa seguinte podem confirmar estas minhas apreciações com as fotos diurnas – tudo isto por 90€ a dividir pelos 4.
***O jantar é que não foi conforme estávamos habituados, quem pedala sabe que o apetite é voraz, jantamos num restaurante típico, no Xarez, foi uma tarte de galinha com sopa e salada, tipo gourmet mas era o único disponível àquela horao que já não era nada mau, a comida era boa, a envolvência também mas comia-se algo de mais substantivo, velhos hábitos , deu 54,05€ para 4 pessoas.
***Corpos cansados, a visita para o Castelo e para a foto ficava para amanhã, hoje nem a novela ia ver …

Bem Hajam. Sousa "O Trepador"

1 comentários:

Pedaladas Bike Team disse...

Eu ia jurar que o que estou a ver é o aqueduto das águas livres em lisboa. . . .